Florianópolis, 13.12.2024 – Cases que comprovam o protagonismo de startups no ecossistema de inovação de Santa Catarina foram apresentados na reunião de diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta sexta (13). Adonai de Freitas, gestor da Catarina Capital, apresentou a trajetória da empresa em apoio a empreendedores de tecnologia. Ele revelou que, ao longo de uma década, foram analisados mais de 1,8 mil projetos, resultando em investimentos em 15 startups, das quais oito são catarinenses – com uma taxa média de retorno cinco vezes maior do as de outros estados.
O sucesso das startups pode ser medido pela valorização do capital investido pela Catarina, que era de R$ 83,4 milhões em 2013 e está fechando 2024 em R$ 414 milhões. “Tivemos uma taxa interna de retorno de 24% ao ano, demonstrando o potencial do ecossistema local”, afirmou.
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, ressaltou a relevância das startups para a economia catarinense. “Hoje, 7,5% do nosso PIB já vem das empresas de tecnologia”, afirmou, destacando que os cases apresentados na reunião refletem o impacto de um ambiente favorável ao empreendedorismo, apoiado por investidores visionários e políticas de incentivo.
Diego Cortezini, cofundador da Asaas, uma das startups que receberam investimentos da Catarina Capital, compartilhou a história de sucesso da empresa de Joinville, criada em 2013 para simplificar processos financeiros de pequenas empresas. Ele destacou a importância da consistência no planejamento e na execução de longo prazo. “Sempre olhamos 5 ou 10 anos à frente”, disse. Segundo ele, essa visão de longo prazo contribuiu para o crescimento sustentável da empresa, gerando impacto positivo para os clientes e investidores.
O outro case apresentado foi da Neoprospecta e BiomeHub, que despontam como referência em biotecnologia. Instaladas no Sapiens Parque, em Florianópolis, as empresas se especializaram em pesquisas baseadas no sequenciamento genético, respectivamente, para a indústria de alimentos e para a saúde humana. O co-fundador e CEO da Neoprospecta, Luiz Fernando Oliveira, relatou o histórico do empreendimento, que igualmente recebeu aportes da Catarina Capital.
A história das empresas se iniciou em 2010, com quatro sócios, que criaram a Neoprespecta. Em 2015, a empresa passou por uma crise intensa, mas conseguiu reverter a situação. Nos anos seguintes vieram os investimentos para os laboratórios voltados às pesquisas em saúde. As áreas de atuação foram separadas nas duas empresas e, em 2024, a Neoprospecta foi vendida a um grupo francês, presente em 145 países. “Completamos um ciclo”, observou Oliveira.