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Soluções para gestão de resíduos podem desviar até 82% do volume de lixo dos aterros da Grande Florianópolis

Opções propostas para a região incluem geração de energia a partir de biogás e transformação de resíduos em combustível; Projeto da GEF Biogás com a UNIDO e a Granfpolis avaliou sistema de coleta, transporte e destinação dos 22 municípios da associação

Florianópolis, 28.06.24 - O Consórcio Intermunicipal Multifinalitário da Grande Florianópolis (CIM-Granfpolis) e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), que implementa o projeto GEF Biogás Brasil, apresentaram alternativas para gestão e tratamento de resíduos sólidos nos 22 municípios da região em reunião nesta quinta-feira (27) na Federação das Indústrias de SC (FIESC). 

A partir de estudos que vêm sendo realizados há 2 anos, com levantamento de informações de todas as cidades sobre sistemas de coleta e destinação de resíduos, custos envolvidos nesses processos e ainda no transporte e transbordo, a UNIDO apresentou três soluções para reduzir o impacto ambiental e a geração de gases do efeito estufa. 

Propostas

A primeira delas prevê a incineração dos resíduos para geração de energia. Por ser a opção mais cara para implementação, foi descartada pelo Consórcio de municípios. A segunda sugestão tem como foco a geração de energia a partir de biogás e a parte do resíduo orgânico é transformada em adubo orgânico. Esta opção de tratamento dos resíduos prevê sistemas de coleta, compostagem, geração de biogás e transformação do biogás em energia.  A terceira opção prevê a transformação do biogás em CDR - combustível derivado do resíduo, que serve para queima em altos fornos. 

Dependendo da solução escolhida para implementação, seria possível desviar de aterros sanitários entre 61% e 82% do volume de resíduos sólidos, contra menos de 5% computados hoje. Atualmente, são produzidas e recolhidas 1.416 toneladas de resíduos por dia na Grande Florianópolis.

Com a implantação de alguma das soluções, o índice de reaproveitamento de resíduos orgânicos passaria de menos de 2,5% para até 73%, dependendo da modelagem. De acordo com o especialista em políticas públicas da UNIDO, Tiago Quintela Giuliani, a região tem potencial para se tornar um “sumidouro” de emissões. “Dependendo da rota tecnológica escolhida, se chegarmos ao cenário de maior redução de emissões, a Grande Fpolis poderia reduzir a emissão anual de carbono equivalente à geração de gases do efeito de todo o estado de Santa Catarina”, afirmou.

Bruno Casagranda Neves, gestor de projetos da UNIDO, explica que, com o aproveitamento total da cadeia de biogás em SC - incluindo agricultura, proteína animal e saneamento -, poderia ser possível gerar 37 mil novos postos de trabalho, reduzir as emissões de CO² em 21 milhões de toneladas e produzir 2,1 m³ de biogás. 

Para o diretor executivo da Associação dos Municípios da Grande Florianópolis, Marius Bagnati, pela primeira vez a Grande Florianópolis tem a oportunidade de ter uma solução regional para o problema dos resíduos sólidos. “As soluções que estão sendo apontadas podem reduzir a emissão de 2 milhões de toneladas de gás carbônico, fazendo o equilíbrio com as emissões de todo o estado de Santa Catarina”, afirmou. O próximo passo é preparar um edital de concessão desses serviços. A indústria de SC já tem soluções tecnológicas para implementar os serviços. O objetivo é buscar junto ao governo do estado apoio a viabilidade desse projeto por meio do Prodec. 

Papel da indústria

O presidente da Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da FIESC, José Lourival Magri, avalia que esta é uma oportunidade para a indústria catarinense em diversas frentes. “Temos um setor industrial preocupado com a descarbonização, e a cadeia de biogás traz possibilidades de inovação tecnológica, se mostra como alternativa viável de geração de energia por meio de fontes renováveis, além de contribuir para uma melhor gestão de resíduos sóldos”, explica. 

Um incentivo adicional à viabilização de projetos de biogás é a possibilidade de captação de recursos de fontes públicas de financiamento, como linhas de Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Finep, segundo o assessor do MCTI Gustavo de Lima Ramos. “Existem recursos disponíveis em diversos eixos da nova política industrial e outras políticas públicas que envolvem a geração de energias limpas e cidades sustentáveis, tanto em financiamento como em recursos não reembolsáveis”, explicou.


Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas

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