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Só a reforma tributária ampla tem capacidade de acelerar o crescimento do país

Industriais e especialistas foram unânimes em defender essa posição. A complexidade do sistema tributário torna o produto brasileiro mais caro no Brasil e no exterior. Tema foi abordado em painel, nesta quinta-feira, dia 27, no 3º dia de eventos da Semana da Indústria, promovida pela FIESC.

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Florianópolis, 27.5.2021 - “Precisamos unir forças para aprovar a reforma tributária ampla. Só ela tem a capacidade de acelerar o crescimento econômico do país. É nesse sentido que estamos trabalhando. Todos os estudos mostram que a reforma ampla, envolvendo o ICMS e o ISS, tem a capacidade de acelerar o crescimento”, afirmou o gerente de política econômica da CNI, Mário Sérgio Telles. Ele debateu o assunto em painel que também teve a participação do presidente da Holding GBGA, Luiz Gonzaga Coelho; do diretor de relações públicas e governamentais da GM, Adriano Barros, e do presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar. A reforma ampla foi consenso entre os painelistas, que estiveram nesta quinta-feira, dia 27, no terceiro dia de eventos da Semana da Indústria, promovida pela FIESC.

Aguiar, da FIESC, disse que é importante que a reforma não eleve a carga tributária. “Precisamos de um ambiente favorável, que será construído pelas reformas que defendemos. Entendemos que é necessária a reforma tributária e que ela não eleve a carga tributária. A simplificação da legislação já dará competitividade para a indústria, mas queremos mais, queremos a redução da carga tributária. Em paralelo, defendemos a aprovação da reforma administrativa. O estado brasileiro é inchado, oneroso e não atende as necessidades da população”, declarou, lembrando que, no cenário atual, não sobra dinheiro para os investimentos em áreas como saneamento e infraestrutura.

Telles, da CNI, disse que a reforma administrativa também é importante, principalmente pelo controle que ela vai trazer nos gastos públicos com pessoal. Contudo, ressaltou que o sistema tributário brasileiro retira a capacidade de competir do país, tanto nas exportações, quanto no mercado interno. Para exemplificar essa situação, ele disse que há um estudo, que será divulgado em breve, que mostra que o produto brasileiro, quando chega ao consumidor final, leva 7,4% de impostos de resíduos tributários - enquanto o produto importado não carrega esses resíduos. “Além disso, temos custos administrativos muito altos, ligados à complexidade do sistema, que retiram a competitividade. Por isso, precisamos aprovar a reforma tributária ampla. Essa é a posição explícita da CNI e da indústria. Não basta apenas a reforma do PIS/Cofins”, reiterou, observando que estudos conservadores, que consideram só o fim da cumulatividade na cobrança de impostos, mostram que em 15 anos a reforma tem capacidade de acelerar o crescimento econômico de 4% a 5%. 

Barros, da GM, trouxe o exemplo da própria montadora para mostrar como o ambiente de negócios brasileiro é hostil. “A GM tem sua fábrica mais produtiva do mundo em Gravataí (RS), mas ela não é a mais competitiva. Temos na fábrica de Joinville a nossa unidade mais sustentável do mundo, mas ainda não é a mais competitiva”, relatou. Ele também destacou um estudo da CNI que comparou o grau de competitividade entre 18 países. Na classificação geral, o Brasil ficou na 17ª posição. “Isso comprova que temos desafios, principalmente na questão tributária, como disse o Mário Sérgio, mas também em educação e logística”, ressaltou. 

Gonzaga, da Holding GBGA, disse que a estrutura tributária pode ser o vetor de desenvolvimento de uma nação. “Analisando os países que têm um desenvolvimento econômico sustentável, eles têm como base dessa estrutura um vetor tributário que foca e permite o incentivo ao investimento. No Brasil, temos o contrário. Nossa estrutura tributária, além de ser complexa, desestimula os investimentos”, afirmou. Em sua apresentação, ele destacou ainda que o modelo atual provoca a erosão do poder de compra do trabalhador. 

Cenário político: Ainda durante o evento, foi realizado um painel sobre o cenário político estadual, com os jornalistas Moacir Pereira, Roberto Azevedo e Cláudio Prisco Paraíso. Pereira destacou a instabilidade política instalada no país. “Isso aumenta a desesperança do povo brasileiro e a incredulidade na classe política”, afirmou. Na opinião dele, 2022 não deverá repetir 2018. “Isto é, o eleitor não partirá para nova aventura. O eleitor já deu essa sinalização forte nas eleições de 2020”, completou. 

Azevedo, por sua vez, disse que de 2018 para cá não houve um fato novo na política catarinense em termos de nomes que pretendem disputar as eleições de 2022. “São os mesmos. Ou são aqueles que já tinham um cargo público ou aqueles que querem continuar”, disse, lembrando que há um clima no país de antecipação do tema eleições.

Prisco Paraíso também chamou a atenção para as discussões antecipadas do processo sucessório. “É absolutamente inadequado e não corresponde às expectativas da sociedade. Estamos em maio de 2020 e o processo foi antecipado em um ano e meio”, disse, defendendo a aprovação de uma reforma política. 
 

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