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SENAI de SC e MG se unem em projeto para desenvolver cadeia nacional de terras raras

Brasil detém 3ª maior jazida mundial dos 17 elementos químicos do grupo de terras raras, estratégicos para setores como o automotivo, o energético e o tecnológico

Florianópolis, 27.9.2024 - Essenciais na fabricação de produtos de alta tecnologia, incluindo motores elétricos, turbinas eólicas, smartphones e outros dispositivos eletrônicos, os 17 elementos químicos que compõem o grupo chamado terras raras, por causa de sua utilização estratégica, podem enfrentar problemas de suprimento mundial. O fato positivo para o Brasil é que o país detém a terceira maior jazida de terras raras do planeta. 

Para desenvolver a produção nacional de ímãs permanentes, a principal propriedade das terras raras, as Federações das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e de Minas Gerais (FIEMG), juntamente com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criaram o projeto chamado MagBras. Integrante do programa Rota 2030/MOVER, o projeto tem o propósito de estabelecer uma cadeia produtiva completa e permanente de terras raras no país, para possibilitar a entrada do Brasil como um player importante no cenário mundial.

Para marcar o lançamento do projeto, foi realizado um encontro híbrido, com a parte presencial na Unidade do SENAI de Ímãs e Terras Raras (CIT SENAI ITR), na cidade mineira de Lagoa Santa. O evento, realizado no dia 26 de setembro, reuniu líderes da indústria e especialistas em inovação para discutir o desenvolvimento da cadeia de produção de magnéticos permanentes de terras raras no Brasil.
O evento contou com a participação das indústrias catarinenses Schulz e WEG (presencialmente), além de Zen e Tupy (on-line).

Oportunidade para a indústria brasileira

Participando por videoconferência, Mário Cézar de Aguiar, presidente da FIESC, pontuou que o projeto MagBras é uma importante experiência de união de entidades e de competências. “É uma grande oportunidade para a indústria brasileira, pois a matéria-prima é abundante em nosso território e o processamento, de ponta a ponta, pode ser totalmente feito aqui”, afirmou.

“Apesar de deter uma das maiores jazidas mundiais, o Brasil tem uma dependência excessiva de importação de ímãs permanentes da China, maior do que 95%. A China tem imposto restrições sobre exportação de terras raras e das tecnologias de produção”, completou.

O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, observou que o setor produtivo não pode deixar passar esta oportunidade ímpar. “Mais cedo ou mais tarde será cobrado o preço de não termos aqui uma cadeia produtiva desses elementos. Por isso o MagBras é importantíssimo para o setor industrial brasileiro”, afirmou.

Segundo José Luciano de Assis, do SENAI/MG, os elementos estão presentes em pequenas proporções, difíceis de extrair e de processar (Foto: Sebastião Jacinto Júnior/FIEMG)

 

Elementos em pequenas proporções e difíceis de extrair

O gerente de Tecnologia e Inovação do CIT SENAI ITR, José Luciano de Assis, explica que os elementos do grupo terras raras estão presentes em pequenas proporções, difíceis de extrair e de processar. A unidade que ele dirige já está operando com uma planta piloto e é um dos principais centros de pesquisa e desenvolvimento no Brasil dedicado a materiais magnéticos. “A infraestrutura do centro permite o desenvolvimento de novos materiais e soluções industriais, e poderá ser o início da materialização de um novo mercado para o Brasil”, ressaltou.

A unidade contará com o apoio do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser,  de Joinville.

Da mina ao ímã

“O MagBras é uma grande oportunidade para a indústria brasileira formar uma aliança e agregar valor a matéria-prima nacional de terras raras e transformá-las em ímãs permanentes, uma grande demanda para a área automotiva e energia eólica, partindo da mina ao ímã”, afirma o gerente executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI, Mauricio Paulletti. 

O pesquisador chefe do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser de Joinville, Luís Gonzaga Trabasso, ressaltou que o MagBras vai abranger toda a cadeia produtiva. “É um projeto estruturante que será o demonstrador industrial do ciclo completo de produção brasileira de ímãs de terras raras”.

O representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Amynthas Jacques de Moraes Gallo, reforçou as palavras de Roscoe. “O CIT SENAI ITR é a maior planta de produção de ímãs permanentes na América do Sul, com potencial e capacidade instalada já dada”, afirmou. “Dentro de uma perspectiva de aliança industrial, a proposta é ir além da angariação de recursos ou orçamentos. O mais importante é avaliar como esse projeto pode ampliar o adensamento da cadeia de terras raras no Brasil”.

Evento discutiu potencialidades das terras raras (Foto: Sebastião Jacinto Júnior/FIEMG)

Rede SENAI de Inovação e de Tecnologia

Com uma rede composta por 28 institutos de inovação e mais de 60 institutos de tecnologia, o SENAI apoia a atualização tecnológica e o desenvolvimento de produtos e processos para a indústria brasileira. A rede oferece serviços de consultoria, metrologia e projetos de inovação, promovendo também parcerias com universidades, centros de pesquisa e investidores.

Em Santa Catarina, são 10 unidades, sendo três de inovação, que são referências nacionais em Processamento a Laser, Sistemas de Manufatura e Sistemas Embarcados. Os institutos de tecnologia em Alimentos e Bebidas, Cerâmica, Madeira e Mobiliário, Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis, Têxtil, Vestuário e Design atendem os principais segmentos da indústria catarinense. Já os institutos Ambiental e de Excelência Operacional oferecem soluções em sustentabilidade e melhoria de processos produtivos para qualquer setor.

Clique nos links para saber mais sobre:

 

Com informações de Denise Lucas/FIEMG

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência Executiva de Comunicação Institucional e Relações Públicas - Gecor
 

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