Santa Catarina cresce acima da média nacional, impulsionada por uma indústria que é referencia e pelo dinamismo de uma economia diversificada, que gera também qualidade de vida aos seus habitantes. Podemos avançar cada vez mais, mas as conquistas do passado não garantem o futuro desejado. Precisamos agir agora. Uma das principais questões que precisamos enfrentar é a situação das rodovias do estado, muitas delas à beira do colapso.
A campanha “SC não pode parar”, lançada nesta sexta-feira (23) pela FIESC e pelo Grupo ND, tem um objetivo muito claro: sensibilizar os catarinenses para a gravidade de um problema que pode travar Santa Catarina, alertando para a necessidade buscar soluções. O foco inicial é a BR-101, mas abordaremos também as BRs 470, 280, 282, 163, entre outras.
Começamos pela BR-101, porque é a rodovia de maior movimento e que está mais distante de uma solução para seus problemas, mesmo estando sob concessão. E é justamente por estar sob concessão que existe uma alternativa para acelerar os investimentos: basta acrescentar as obras demandadas ao contrato de concessão para tirá-las do papel, sem passar pelo calvário da disputa pelos minguados recursos do orçamento federal para infraestrutura, o que tem levado os projetos e obras das demais rodovias a se arrastarem vergonhosamente por décadas.
A BR-101 abriga no seu entorno um complexo portuário estratégico e um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil. A falta de segurança e fluidez trava as demais rodovias que trazem a produção gerada em todas as regiões catarinenses na chegada aos portos. A explicação é simples. O PIB das cidades do entorno da rodovia quase dobrou, passando de R$ 76,4 bilhões em 2010 para R$ 144,3 bilhões em 2017. A frota desses municípios passou de 1,7 milhão para 2,6 milhões de veículos entre 2010 e 2019. Para suportar isso tudo, a rodovia não pode ser a mesma.
As soluções existem. São projetos que resolvem as questões mais urgentes no curto e médio prazos, com obras como pontes, acessos, readequações de trevos, faixas adicionais e passagens em desnível, que demandam investimento adicional, em relação ao que está sendo feito atualmente, de aproximadamente R$ 2 bilhões, a valores de 2017.
Está feito o convite à participação de todos os catarinenses. Não dá mais para ficar parado.
Mario Cezar de Aguiar, presidente da FIESC