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Reunião de diretoria da FIESC debate garantia de financiamento, gasto público e cenário econômico

Assuntos foram destaque no encontro, realizado nesta sexta-feira, dia 20, com a participação da diretora da UK Export Finance, Maria Luqueze, do gerente de política econômica da CNI, Mario Sérgio Carraro Telles, e do consultor econômico, Pablo Bittencourt

Florianópolis, 20.11.2020 – A garantia para financiamentos de projetos, o aumento do gasto público brasileiro e as perspectivas para a economia foram temas debatidos na reunião de diretoria da Federação das Indústrias (FIESC), nesta sexta-feira, dia 20. No encontro, o consultor econômico da entidade, Pablo Bittencourt, destacou a recuperação econômica puxada pela indústria em Santa Catarina, mas chamou a atenção para a situação fiscal do país. 

“Ficou bem evidenciada a importância da participação industrial na economia e, notadamente, aqui em Santa Catarina, reforço a importância da política de incentivos fiscais. Incentivo não é renúncia fiscal e isso está mais que comprovado. É um incentivo que favorece o desenvolvimento do estado. É a indústria que gera os melhores empregos e salários, depois do sistema financeiro. Um estado industrializado tem desenvolvimento econômico”, afirmou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. 

No encontro, a diretora da UK Export Finance, Maria Angélica Oliveira Luqueze (UKEF), explicou como a agência britânica concede garantia aos financiamentos de projetos de empresas que importam bens, equipamentos, serviços ou tecnologias do Reino Unido. “Então, a nossa participação somente é possível se a companhia ou projeto considerar importação do Reino Unido. Estamos aqui para apoiar a exportação britânica vinda para o Brasil. Temos um importante apetite a risco para trabalhar, com cerca de 5 bilhões de dólares. As nossas garantias podem ser concedidas a financiamentos de qualquer moeda estrangeira e em real também. Para que seja viável a nossa participação, é preciso que o projeto contemple cerca de 20% de conteúdo britânico”, explicou.

Maria informou ainda que, em geral, os projetos financiados têm um prazo de carência que acompanha a construção deles. “Se a empresa precisar de um ano e meio ou dois anos para implementá-lo, o nosso financiamento respeita esse período de carência. Só depois se inicia a amortização, que, em média, tem um prazo de 10 a 12 anos”, disse, lembrando que projetos ligados a energias renováveis têm prazo de amortização de até 18 anos.  

Na apresentação, a diretora da UKEF salientou que o financiamento tem a garantia do tesouro britânico. Com isso, os bancos tendem a oferecer uma taxas de juros mais baixas para as companhias. “E o risco passa a ser do tesouro britânico e não mais de quem está empreendendo. Esta é a razão da nossa participação na concessão de garantias para que a empresa possa usufruir de uma taxa de juros mais baixa na medida em que importa a tecnologia britânica”, declarou. 

Gasto público: Ainda na reunião, o gerente de política econômica da CNI, Mario Sérgio Carraro Telles, apresentou uma nota econômica elaborada pela entidade que mostra o gasto com o funcionalismo no Brasil. As despesas com servidores públicos ativos e inativos estão entre as mais elevadas entre mais de 70 países em proporção do Produto Interno Bruto (PIB). Os gastos com pessoal da União, dos estados e dos municípios equivaleram a 13,4% do PIB em 2018, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). 

No ranking, o Brasil está à frente de países desenvolvidos e reconhecidos pela participação ativa do Estado: Suécia (12,7%), França (12,1%), Itália (9,5%) e Alemanha (7,5%). Em média, o gasto com trabalhadores públicos representou 9,9% do PIB entre os integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ou seja, 3,5 pontos abaixo do índice brasileiro.

>>>> Leia aqui a íntegra da nota técnica

Carraro Telles também destacou que está em discussão uma proposta de reforma administrativa que contribui para a eficiência do serviço público, a modernização das regras gerais, e maior alinhamento com as regras do setor privado, além de abrir espaço fiscal para investimentos em temas prioritários. 


 

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