Florianópolis, 11.04.2025 – No Brasil, a expectativa de vida de uma empresa gira em torno de quatro a cinco anos, segundo dados do IBGE. Neste cenário, marcas centenárias são raras — e aquelas que atravessam o século mantendo protagonismo em seu setor, mais ainda.
A RenauxView, com sede em Brusque, é uma destas exceções. Neste mês de abril de 2025, a indústria têxtil catarinense comemora 100 anos de atividade ininterrupta, mantendo relevância nacional mesmo diante de ciclos econômicos adversos, transformações profundas no setor e reconfigurações de mercado.
“A comemoração dos 100 anos, marcada para 27 de abril de 2025, será mais do que um evento institucional: será a celebração de uma empresa que soube crescer com raízes e resistir com estratégia — sem jamais perder o fio da sua origem”, afirma Armando Hess, presidente da RenauxView.
“A FIESC tem muito orgulho da indústria que representa. E a Renaux é um dos melhores símbolos dessa indústria, que supera desafios, se reinventa e segue em frente, gerando riqueza, impostos, empregos e desenvolvimento”, diz o presidente da Federação, Mario Cezar de Aguiar.
Confira a trajetória da empresa, desde a fundação de sua antecessora, a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, em 1892.
Um século de história, 133 anos de tradição
A história da RenauxView, originalmente conhecida como Indústrias Têxteis Renaux S.A. (IRESA), é um reflexo da transformação industrial do Brasil ao longo de 100 anos. Surgida em 27 de abril de 1925 como uma cisão da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, a empresa nasceu com o propósito de atender ao mercado de tecidos para decoração.
Ao ser gerada a partir de uma indústria têxtil já consolidada, cuja atividade iniciou em 1892, a RenauxView já nasce com uma história pregressa de 33 anos de experiência na fabricação de tecidos. Assim, ao celebrar seu centenário, a RenauxView carrega consigo não apenas 100 anos de fundação, mas 133 anos de tradição têxtil, firmando-se como um marco na indústria brasileira.
Fundada no mesmo terreno que ocupa hoje, com menos de 50 profissionais e cerca de 20 teares, a RenauxView evoluiu para uma indústria de alta performance, construindo um legado de inovação, pioneirismo e resiliência. Sua trajetória moldou não apenas a história de Brusque, mas também consolidou a sua posição no mercado têxtil brasileiro, servindo como símbolo de tradição e modernidade.
As Origens: do Comércio à Indústria (1892-1925)
A história tem início no final do século XIX, em Brusque, Santa Catarina. Em 11 de março de 1892, o imigrante alemão Carl Christian Renaux – posteriormente conhecido como Cônsul Carlos Renaux – fundou a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux. A iniciativa surgiu de um pequeno depósito em sua casa comercial, onde carpinteiros construíram alguns teares manuais operados por imigrantes poloneses especializados na arte da tecelagem.
O sucesso foi imediato: em poucos anos, os teares rudimentares foram substituídos por 40 teares importados da Inglaterra, permitindo o crescimento exponencial da produção. Diante das dificuldades de abastecimento de matéria-prima, em 1900, a empresa implantou a primeira fiação do Sul do Brasil, importando máquinas inglesas e contando com a expertise do técnico alemão Gustav Walter Bueckmann.
Em 1918, a fábrica transformou-se em sociedade anônima, tendo como acionistas os filhos de Carlos Renaux e seus respectivos sogros. Na mesma época, Carlos recebeu o título de Cônsul Honorário do Brasil na Europa, reforçando sua liderança no desenvolvimento da indústria local.
Com o passar dos anos, a empresa buscou diversificação. Identificando uma carência no abastecimento de tecidos para o lar, em 1925 a empresa fundou a Indústrias Têxteis Renaux S.A., uma nova tecelagem dedicada à produção de tecidos para decoração, como gobelins, madras e etamines. Este movimento visionário posicionou a IRESA, como ficou conhecida, como pioneira no mercado nacional de tecidos decorativos.

Crescimento e Consolidação: décadas de 1930 a 1960
Durante as décadas seguintes, a IRESA consolidou-se como uma potência têxtil nacional. Nos anos 30, seus tecidos decorativos tornaram-se referência em qualidade e inovação. Produtos como os gobelins, fabricados em teares jacquard, destacavam-se pela riqueza de detalhes e sofisticação, sendo amplamente utilizados em residências, ambientes corporativos e edifícios públicos.
O Palácio Cruz e Souza, então sede do governo de Santa Catarina, figurou entre os clientes ilustres dessa época, evidenciando o prestígio e a qualidade da produção da empresa.
No início da década de 1940, a empresa deu um passo crucial para a independência produtiva: adquiriu sua primeira fiação de anéis, eliminando a dependência de fios importados e fortalecendo seu parque fabril. A expansão continuou com a construção do prédio da torre, símbolo do crescimento industrial da companhia.
Entretanto, o cenário político global alterou os rumos da empresa. Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, ao lado dos Aliados em 1942, o governo de Getúlio Vargas proibiu que estrangeiros de países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) ocupassem cargos de chefia e determinou a proibição do uso desses idiomas no país.

Essa política impactou diretamente a IRESA: Otto Neitsch, um dos principais líderes e pilares da empresa, foi obrigado a se afastar da direção. Para preencher a lacuna deixada, Otto Renaux convidou seu filho Roland Renaux e o sobrinho João Carlos Renaux Bauer para dividirem a direção da companhia com Karl Linder. Essa nova gestão marcou o início de uma era de renovação e adaptação.
Os anos 50 representaram uma nova era de modernização para a IRESA. Foram adquiridos 24 teares Güsken, duas urdideiras e a primeira máquina brasileira de emenda de fios de urdume, o que permitiu maior eficiência e produtividade. A qualidade dos produtos garantiu à empresa a conquista definitiva do mercado paulista, o mais dinâmico do país, consolidando sua posição como referência em tecidos decorativos.
O compromisso da empresa com os funcionários também foi um diferencial. Em parceria com a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, a IRESA oferecia uma escola para complementação de estudos aos jovens trabalhadores, além de um açougue com preços subsidiados, práticas sociais pioneiras que demonstravam a responsabilidade e o cuidado com a comunidade. Essas ações, inovadoras para a época, perduraram até os anos 1990.
Um marco importante ocorreu em meados da década de 50 com a chegada de uma máquina de estamparia a quadros importada da Holanda. A novidade revolucionou a produção, permitindo a reprodução automática de desenhos elaborados com velocidade e precisão inéditas. Como na época a televisão ainda não havia se popularizado, a modernidade da máquina tornou-se uma atração local. A operação automatizada da estamparia passou a ser uma verdadeira “atração turística”, com moradores de Brusque realizando passeios até a fábrica apenas para “assistir” ao funcionamento dessa inovação.
No final da década de 1960, a IRESA iniciou uma mudança estratégica para atender às novas demandas do mercado. O foco passou a ser os tecidos para vestuário, um segmento em ascensão na época. Essa transição antecipou-se às mudanças do setor e garantiu a continuidade do crescimento da empresa, que manteve sua posição de destaque na indústria têxtil brasileira.
Presidência da FIESC e compromisso com a indústria

No fim da década de 1960, Carlos Cid Renaux emergiu como uma figura de destaque na história da empresa e da indústria catarinense. Ele presidiu os Conselhos de Administração tanto da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux quanto das Indústrias Têxteis Renaux, contribuindo diretamente para o crescimento e a modernização das duas companhias. Além de sua atuação na empresa, Carlos Cid assumiu papel de liderança na indústria catarinense.
Entre 1968 e 1971, Carlos Cid Renaux presidiu a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), entidade que já havia sido dirigida por Guilherme Renaux, filho do cônsul Carlos Renaux, entre 1961 e 1966.
Confira a galeria de presidentes da FIESC.
A gestão de Carlos Cid Renaux foi marcada pelo incentivo às exportações catarinenses, com a criação do Consórcio Catarinense de Exportação (Concatex) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC). Além disso, ele teve papel fundamental na defesa da construção da BR-101 e na ampliação da Usina Termelétrica de Capivari, obras essenciais para o desenvolvimento econômico e logístico do estado.
Antes de liderar a FIESC, Carlos Cid Renaux presidiu entidades de grande relevância regional, como o Sindicato do Comércio Varejista de Brusque e o Sindicato das Indústrias da Fiação e Tecelagem de Brusque e Itajaí. Em reconhecimento a sua contribuição para o desenvolvimento industrial, ele foi condecorado em 1995 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com a Ordem do Mérito Industrial.
Carlos Cid Renaux faleceu em 2002, deixando um legado de liderança, visão estratégica e compromisso com a indústria catarinense.
Modernização e Desafios: décadas de 1970 a 1990
Os anos 70 marcaram uma fase de intensa transformação tecnológica para a IRESA. Em busca de modernização e ampliação da capacidade produtiva, a empresa realizou significativos investimentos, adquirindo teares Ribeiro, de fabricação nacional, e modernas máquinas de fiação Platt, importadas diretamente da Inglaterra.
Essas máquinas, fundamentais para a modernização do parque fabril, foram trazidas da Europa por meio de navios próprios, demonstrando o compromisso da empresa com a inovação e a excelência produtiva.
Sob a direção de Gilberto Renaux e Valério Walendowski, a empresa implementou uma gestão compartilhada, uma abordagem pioneira para a época. Esse novo formato de administração trouxe eficiência operacional e uma visão estratégica que impulsionou o crescimento sustentável da companhia.
Nos anos 80, a IRESA atingiu seu auge em número de colaboradores, contando com 1.101 profissionais em seu quadro. A empresa, reconhecida como uma das melhores para se trabalhar na região, atraiu talentos qualificados e consolidou sua posição no mercado. Durante esse período de expansão, foram adquiridos teares Sulzer, além de teares Ribeiro M5 e Mav, que aumentaram a capacidade produtiva e permitiram a diversificação dos produtos oferecidos.
Um marco importante ocorreu em meados da década, com a construção de uma moderna estação de tratamento de efluentes, que representou um investimento superior a 1 milhão de dólares. Este projeto inovador destacou a IRESA como pioneira no compromisso com a sustentabilidade ambiental, sendo um exemplo de responsabilidade empresarial na indústria têxtil. Além disso, o beneficiamento dos tecidos, anteriormente realizado pela Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, passou a ser feito internamente, integrando o processo produtivo e aumentando a eficiência da operação.
No entanto, a abertura econômica dos anos 90 trouxe novos desafios. A entrada de tecidos importados, mais baratos e com maior informação de moda, criou uma concorrência acirrada, impactando a indústria têxtil nacional. A situação foi agravada pela queda da produção de algodão no Brasil, causada pela praga do bicudo, o que obrigou a empresa a importar a matéria-prima de países africanos como Costa do Marfim e República do Benin, em operações financiadas por cartas de crédito em dólar.
A falta de proteção cambial (hedge) em um cenário de desvalorização do real agravou a dívida da empresa, criando dificuldades financeiras que exigiriam, nas décadas seguintes, um reposicionamento estratégico para garantir sua continuidade e competitividade no mercado.
“Bonita Camisa, Fernandinho!”
Nos anos 1980, a US Top, marca de calças e camisas masculinas da Alpargatas, conquistou o público brasileiro com uma campanha publicitária que se tornou parte do imaginário popular. Criada pelo publicitário Ruy Lindenberg, então diretor criativo da agência paulista Talent, a campanha focava em um personagem comum, um homem elegante que sabia escolher suas roupas com bom gosto.
Nos comerciais, um presidente de empresa, durante situações de trabalho, pergunta ao funcionário Fernando o que ele está vestindo. A resposta leva ao elogio espontâneo e memorável: “Bonita camisa, Fernandinho!”

À época, a Alpargatas era um dos maiores clientes da IRESA (atual RenauxView) de modo que muitas das “bonitas camisas de Fernandinho” eram feitas com os tecidos produzidos em Brusque. O bordão rapidamente caiu no gosto popular, transformando-se em um símbolo de elegância e reconhecimento de uma escolha acertada. A campanha foi amplamente premiada, consolidando não apenas o sucesso da US Top, mas também a relevância da publicidade brasileira no cenário internacional.
Por trás desse sucesso, a qualidade dos tecidos RenauxView teve um papel fundamental, ajudando a compor as peças que marcaram uma geração. Até hoje, a frase “Bonita camisa, Fernandinho!” é repetida nos elogios ao bom gosto, conectando a trajetória da RenauxView ao desenvolvimento da moda e da publicidade nacional nos anos 1980.
Reestruturação e Renascimento: anos 2000 e 2010
Os primeiros anos do século XXI foram marcados por mudanças e grandes desafios para a empresa. Até então ligadas por uma participação acionária cruzada a uma logomarca compartilhada, a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux e a IRESA (Indústrias Têxteis Renaux S.A.) começaram a se distanciar.
Com processos independentes, equipes comerciais distintas e clientes em comum, as duas empresas passaram a competir no mercado. Em um movimento decisivo no início dos anos 2000, as companhias desfizeram o vínculo acionário, e a IRESA assumiu uma nova razão social, passando a se chamar Têxtil Renaux S.A., além de adotar uma nova identidade visual.
Nesse cenário de transformação, o mercado brasileiro estava aberto à concorrência global, e os tecidos importados dominavam o segmento da moda, oferecendo preços mais baixos e designs atualizados.
Pressionada por essa realidade, a empresa passou a priorizar a produção de tecidos crus, voltados a atacadistas, que chegaram a representar 70% das vendas da companhia. Essa decisão, embora estratégica para o momento, colocou em risco um dos grandes diferenciais da Têxtil Renaux: a produção de tecidos fio tinto, uma especialidade que sempre a diferenciou no mercado.
Além dos desafios mercadológicos, as dificuldades financeiras se intensificaram devido a dívidas cambiais e problemas operacionais. A ausência de mecanismos de proteção contra a variação cambial (hedge) e a instabilidade econômica agravaram ainda mais a situação.
Em 2006, um novo comando trouxe esperança e um rumo renovado para a companhia. Sob a liderança de Armando Hess de Souza e Marcio L. Bertoldi, a Têxtil Renaux passou por uma profunda reestruturação. A dupla, com visão estratégica focada na recuperação e na modernização, liderou um processo de reorganização administrativa, renegociação da dívida, realinhamento de produtos e recuperação dos ativos produtivos.
O foco foi redirecionado para o mercado de moda e na retomada da produção de tecidos fio tinto, com o desenvolvimento de soluções inovadoras alinhadas às tendências do mercado global. Em 2007, para simbolizar essa nova fase de modernidade e excelência, a empresa adotou uma nova logomarca e passou a se chamar RenauxView.
A entrada no mercado de moda foi impulsionada por parcerias estratégicas com estilistas renomados, que levaram os tecidos da RenauxView às principais passarelas do país, incluindo o São Paulo Fashion Week e o Rio Fashion Week. Essa presença consolidou a RenauxView como referência em qualidade, inovação e contemporaneidade no segmento da moda brasileira.
Para sustentar essa nova orientação, a empresa realizou investimentos significativos em tecnologia. Foram adquiridos teares de última geração, máquinas avançadas para o enobrecimento de tecidos e sistemas automatizados de beneficiamento, permitindo a produção de produtos com alto valor agregado e alinhados com as exigências do mercado premium.
Esses investimentos só foram possíveis graças à confiança de instituições estrangeiras, que concederam crédito com base nos planos de recuperação apresentados pela nova gestão e na viabilidade econômica do projeto.
O reposicionamento estratégico transformou também o perfil dos clientes da RenauxView. Se antes a empresa dependia de atacadistas, que buscavam produtos a baixo custo, agora sua base de clientes é formada pelas principais marcas de moda do Brasil, que valorizam produtos exclusivos, sofisticados e alinhados às tendências globais.
Esse processo de renascimento não apenas garantiu a continuidade da empresa, mas a reposicionou como um dos principais players da indústria têxtil nacional, consolidando o nome RenauxView como sinônimo de tradição, inovação e qualidade no cenário da moda brasileira.
Carlos Renaux, o fundador que moldou a indústria e o futuro de Brusque
A história de Brusque, no coração do Vale do Itajaí, é inseparável do legado de Carlos Renaux. Nascido em 11 de março de 1862, em Loerrach, na Alemanha, Karl Christian Renaux – como foi batizado – tornou-se um dos principais nomes do empreendedorismo industrial brasileiro e fundador da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, a primeira a instalar uma fiação em Santa Catarina.

Carlos chegou ao Brasil em 1882, aos 20 anos, carregando uma carta de recomendação e a ambição de construir algo significativo. Inicialmente empregado como caixeiro em Blumenau, sua visão empreendedora o levou a Brusque, onde adquiriu uma casa comercial e revolucionou o comércio local, introduzindo a pesagem de produtos e o uso da moeda corrente nos negócios.
Visionário e republicano, Carlos Renaux não limitou sua atuação ao comércio. Em 11 de março de 1892, com oss sócios Augusto Klappoth e Paul Hoepcke, fundou a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, instalando oito teares manuais no depósito de sua venda. A chegada de tecelões poloneses, com conhecimento técnico da indústria têxtil, foi decisiva para a evolução do empreendimento, que logo substituiu os teares rudimentares por equipamentos modernos importados da Inglaterra.
Como líder político e industrial, Carlos Renaux participou ativamente da vida pública.
Em 1891, foi eleito para a Assembleia Constituinte de Santa Catarina e, durante a Revolução Federalista, sobreviveu a uma condenação à morte. Sua influência e respeito consolidaram sua posição como líder local e empresário. Em 1918, recebeu o título de Cônsul Honorário do Brasil, passando a ser conhecido como Cônsul Carlos Renaux.
Além da indústria têxtil, Carlos contribuiu para o progresso de Brusque ao financiar projetos sociais e culturais, como a fundação da Indústria de Refrigeração Consul, responsável pela produção do primeiro refrigerador brasileiro. Sua dedicação e visão transformaram a economia da região e consolidaram Brusque como o “Berço da Fiação Catarinense”, um título que ecoa até hoje como parte do seu legado.
O legado de Walter Orthmann, o mais longevo funcionário do mundo
A trajetória de Walter Orthmann se entrelaça profundamente com a história da RenauxView, tornando-se um símbolo de compromisso e lealdade. Nascido em 19 de abril de 1922, Walter iniciou sua carreira na empresa em 17 de janeiro de 1938, aos 15 anos, como assistente de empacotamento. Com uma bicicleta simples comprada em prestações pelo pai, ele conquistou a primeira promoção e o cargo de office-boy, realizando tarefas diárias que exigiam mobilidade, responsabilidade e disciplina.

Sua dedicação logo abriu portas. Nos anos 1950, após várias promoções, Walter assumiu o setor de faturamento e, em meados daquela década, foi enviado a São Paulo em uma viagem de vendas que mudou sua carreira: ele garantiu pedidos suficientes para três meses de produção da fábrica. A partir daquele momento, consolidou-se na área comercial, viajando por todo o Brasil, criando parcerias sólidas e tornando-se referência para clientes e colegas.
Ao longo de 86 anos de trabalho ininterrupto, Walter testemunhou e participou ativamente das mudanças na empresa. Ele viu a modernização dos processos, o crescimento da marca, a mudança dos nomes de Indústrias Renaux S.A. para Têxtil Renaux e finalmente RenauxView. Recebeu salários em nove moedas diferentes, trabalhou com diversas administrações e continuou se adaptando, mantendo-se produtivo até o final de sua carreira.
Seu legado ultrapassou os limites da empresa. Em 2018, Walter entrou para o Guinness World Records como o funcionário com a carreira mais longa na mesma empresa, título que renovou sucessivamente. Para ele, o trabalho era sinônimo de propósito: “Se você não tem um motivo para se levantar da cama, você adormece na vida”.
Para ele, o trabalho era a chave para uma vida plena e ativa. Como afirmava com frequência: “Trabalhar me faz sentir vivo e útil; me dá uma rotina e um motivo para levantar todos os dias”.
Walter Orthmann não foi apenas um profissional; ele foi um pilar na construção da RenauxView. Sua ética, resiliência e compromisso são um legado inspirador para as futuras gerações. No centenário da empresa, sua história continua viva, celebrada como exemplo de perseverança, dedicação e propósito, valores essenciais para o sucesso da companhia.
Com informações da RenauxView.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
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