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Processo de sucessão na empresa não é apenas para CEO

O evento Mesa Corporativa apresentou cases das empresas Altenburg Têxtil e Multilog, que passam por transição de sucessão

Florianópolis, 20.4.2021 – As empresas estão em constante mudança e aprimoramento e isso passa também pela substituição de profissionais. O processo de sucessão não é apenas dos CEOs, mas de todos os níveis hierárquicos, por isso o desenvolvimento de lideranças na própria empresa é fundamental. “A vivência e experiência dentro da empresa faz a diferença. O profissional só é promovido após preparar seu sucessor. A qualquer momento podemos sair de cena, por isso temos que ter uma governança bem preparada para poder assumir quando necessário. A sucessão deve estar bem preparada em qualquer nível. Quanto mais capacitar seus auxiliares, mais eles poderão te ajudar”, afirma o CEO da Altenburg, Rui Altenburg, que preparou seu filho Tiago para assumir a empresa quase centenária.

Um dos maiores desafios de uma empresa é a transição do CEO, já que a decisão pelo sucessor é primordial para a continuidade dos negócios. O assunto foi tema da Mesa Corporativa desta terça-feira (1) e teve como cases as empresas Altenburg Têxtil e a Multilog, ambas em transição de sucessão, porém com diferenças nos processos.

Não conseguiu acompanhar o evento? Assista aqui.

A Altenburg, que em 2022 completa 100 anos, está em transição de sucessão familiar. Rui é a terceira geração à frente da empresa. Sua história na indústria têxtil é longa. Quando bebê a mãe já o levava ao trabalho. Mais tarde passou a atuar como funcionário e lá se vão 51 anos com carteira assinada. “Agora com muito orgulho meu filho está se agarrando a este processo de sucessão. Será a quarta geração da nossa família a trabalhar na Altenburg. É muito significativo este momento que estamos vivendo”, destaca Rui.

De acordo com a psicóloga organizacional da IBCG, Léia Wessling, na perspectiva da governança corporativa, os membros da família empresária precisam de alinhamento e desenvolvimento sucessório. “Conflitos e disputas entre irmãos e primos muito se dá pela falta de entendimento das dimensões da sucessão. O  sucessor precisa aprender a administrar a empresa da família, mas todos devem estar envolvidos e preparados para serem bons administradores. Quanto menor a dependência desse sucessor mais a empresa prospera e o bom relacionamento se mantém”, comenta Léia ao destacar ainda que a saúde organizacional também depende da boa preparação de todos os membros da família, cada um se enquadrando nas suas atividades para evitar atrito.

Tiago Altenburg se preparou, buscou profissionalização e voltou para trabalhar na empresa da família, na qual há 14 anos atua ao lado do pai. “São muitos os desafios e muitos aprendizados. Agora vem o período de sucessão que pode ser o melhor momento, apesar do grande desafio. Acreditar é o primeiro passo. Olho para a nossa história e desejo muito dar continuidade a tudo isso”, confessa Tiago, que tem como principal objetivo absorver a grande demanda que veio com a pandemia que é a consciência das pessoas pelo bem-estar no lar. Além do Tiago, os irmãos também estão juntos acompanhando o negócio.

Outro modelo de sucessão é quando as empresas optam pela continuidade da gestão com uma pessoa de fora para ser o CEO, como é o caso da Multilog. Djalma Vilela está na empresa há 8 anos e é o CEO. Apesar da relativamente recente entrada na empresa, Djalma tem a sua bagagem cultural semelhante à da família Gomes, proprietária do empreendimento. 

Na apresentação do case da Multilog, Vilela disse que na transição para uma gestão profissionalizada, não é apenas o profissional que conta. É preciso conhecer a cultura familiar e as experiências de vida que vêm junto. Por isso, tão logo foi contratado, ele passou um dia com a família Gomes. “O DNA da Multilog são as pessoas em primeiro lugar. Essa aproximação para mim também é muito importante. Visitei as 20 unidades, cumprimentei e conversei com todos os colaboradores. Chegamos na base da pirâmide com a política de cuidado com as pessoas e essa fórmula está dando certo”, afirma Djalma, que busca sempre equilibrar o interesse da família empresária, dos colaboradores e dos clientes.

Ambas as empresas trabalham fortemente a cultura organizacional, que tem papel importante no processo de sucessão. “Quando estamos fazendo a transição é importante conhecer a si; ter um olhar sobre como integrar a empresa a um ciclo estratégico, o que vou reinventar; e a conexão, ter as ambições conectadas com a empresa, passar pela ética comportamental. Quem assume vai alterar a cultura de acordo com o ciclo estratégico e alinhado à cultura organizacional”, finaliza.  

O evento, Mesa Corporativa faz parte da prática de governança corporativa organizada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em parceria com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), com o objetivo de promover a competitividade e perenidade das indústrias. Outros três encontros estão programados para este ano.
 

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