Florianópolis, 16.12.2024 - A prefeitura de Joinville inaugurou neste domingo, dia 15, a Praça da Bailarina Liselott Trink, uma homenagem à precursora da dança em Joinville. O projeto, realizado em parceria com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e a Escola do Teatro Bolshoi do Brasil, inclui uma bailarina de aço em tamanho real, produzida, pelos Institutos SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser, em Joinville.
“É um sonho muito grande para a gente criar marcos culturais para a nossa cidade, para que as futuras gerações entendam o porquê disso tudo na nossa cidade. O motivo de sermos a Cidade da Dança, quem foi a família Trinks, a importância da Escola Bolshoi e das nossas indústrias de tecnologia em Joinville. Afinal, essa obra de arte é fruto da cultura da dança junto com a cultura do empreendedorismo. Arte e tecnologia juntas”, enfatiza o prefeito Adriano Silva.
Por meio da manufatura aditiva a laser, que é uma impressão 3D feita em aço, o Instituto SENAI ‘imprimiu’ a estátua da bailarina. Ela tem 1,85 metro de altura e é uma reprodução em escala real, a partir de escaneamento feito no Instituto da joinvilense Thais Diógenes, que em 2011 se formou na Escola do Teatro Bolshoi do Brasil e hoje é a solista principal da Ópera de Kazan, na Rússia.
“A mesma técnica que usamos para criar a bailarina de aço é empregada em inúmeros processos industriais que facilitam o nosso dia a dia, porque a indústria está presente em tudo. Nada mais original do que perpetuar nossa homenagem à capital nacional da dança, que também possui o maior PIB industrial do estado, valendo-se de recursos utilizados no setor”, frisa o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, que participou da solenidade de inauguração da praça.
A matéria-prima é um pó metálico de origem sueca, fornecido pela Höganäs, e a peça foi instalada na praça que a prefeitura implantou no cruzamento da Av. Juscelino Kubitschek com a Rua 9 de Março. A impressão do monumento levou 1.690 horas.
Manufatura aditiva na indústria
Por meio da manufatura aditiva, é possível customizar e construir objetos com diferentes materiais, o que oferece versatilidade. Além disso, oferece ganhos na produção, com economia de tempo e aumento da produtividade; na agilidade na fabricação e maior precisão dos objetos; e na sustentabilidade, já que esse processo utiliza menos materiais.
“Muitos setores já usam tecnologias da manufatura aditiva, entre eles, o automobilístico, plástico, aeroespacial, fundição, calçados, eletrodomésticos e eletroeletrônicos”, elenca Fabrizio Machado Pereira, diretor regional do SENAI. “Se pensarmos na utilização da manufatura aditiva somada a outras tecnologias da indústria 4.0, as possibilidades são ainda maiores”, acrescenta.
No caso da bailarina, duas técnicas de manufatura aditiva foram empregadas: fusão a laser em leito de pó e deposição por energia direcionada a laser, explica João Dreveck, pesquisador que integra a equipe responsável pelo projeto no Instituto SENAI. “A primeira técnica permite trazer mais detalhes para as peças e está sendo usada na impressão da cabeça, das mãos e dos pés. Já a técnica de deposição é empregada na impressão de peças maiores, pois proporciona maior velocidade de impressão”, detalha o pesquisador. “Uma vez impressas, as peças serão unidas por meio da soldagem”, complementa.
Outras empresas parceiras do projeto são a Netzsch, que desenvolveu uma bomba hidráulica inédita para a saia de água da bailarina, a Integra Laser e a Sew Eurodrive.
Estátua reproduz bailarina de SC que é solista do Bolshoi na Rússia
“É uma honra e responsabilidade muito grande representar essa arte e todos os bailarinos, principalmente, ficar eternizada na minha cidade natal. Sempre tive muito orgulho da nossa cidade e da minha profissão. Será um grande presente para mim”, diz Thais.
De acordo com a prefeitura, além de homenagear o título conquistado por Joinville de “Capital Nacional da Dança”, a Praça da Bailarina será um novo espaço de lazer construído para a comunidade. Com área de 481m2, o espaço será revitalizado e vai receber instalação de novo piso, mobiliário urbano com bancos, floreiras e defensas metálicas.
Quem foi Liselott Trinks
A dança se faz presente em Joinville desde a chegada dos primeiros imigrantes, em 1851. Mas foi a partir do talento de uma jovem bailarina que a cidade começou a admirar e vivenciar a dança.
Liselott Trinks nasceu em Joinville, em 21 de março de 1914. Foi aluna de Maria Olenewa, um dos grandes nomes do balé mundial e que mudou a história da dança no Brasil. Liselott estudou na Alemanha e retornou para Joinville já como professora.
Em 1958, com a fundação daquela que, no futuro, se tornaria a Sociedade Harmonia Lyra, fortaleceu suas atividades no mundo da dança, com a manutenção de uma escola de dança e de um corpo de baile.
Nas comemorações do centenário de Joinville, reuniu mais de 80 bailarinos em um espetáculo que ficou marcado na história.
Em 1965, na Sociedade Ginástica de Joinville, participou da fundação da Escola de Ballet. Em 1974, criou o Festival de Bailados, que precedeu o Festival de Dança. Atuou com dança até o fim dos anos de 1970 e faleceu em maio de 1987.
Com informações da Prefeitura de Joinville.
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