Florianópolis, 09.8.2023 - As missões estabelecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) para a política industrial brasileira representam grandes oportunidades para a inovação na indústria brasileira. O argumento é de Marcelo Guimarães, professor da FIA Business School e CEO da Impactech, em palestra on-line nesta quarta (9), no FaberUp Conhecimento. Intitulada "Neoindustrialização: oportunidades, produtos inovadores e novas fontes de receitas", a palestra foi destinada a integrantes da rede Faber Up, iniciativa do IEL/SC, entidade da FIESC. “Cada missão da política industrial se desdobra em um conjunto de objetivos que pode ser visto como pauta para a inovação”, disse Guimarães.
Listadas na resolução número 1 do CNDI, de 6 de julho, as missões para a política industrial compreendem (1) cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar e nutricional; (2) complexo econômico industrial da saúde resiliente para robustecer o SUS e ampliar o acesso à saúde; (3) infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades; (4) transformação digital da indústria para ampliar a produtividade; (6) bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações; e (6) tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais.
“Inovação é uma operação de risco, mas não inovar é mais arriscado”, acrescentou Guimarães, ao relatar produtos inovadores de sucesso e projetos fracassados, que reuniu em sua experiência de 35 anos de atividades. “É necessário reduzir os riscos, que podem levar às falhas”, observou. Guimarães sugere o uso de metodologias consagradas no mercado para analisar os riscos dos projetos. Segundo ele, a participação em ecossistemas de inovação ajuda reduzir riscos, pois permite compartilhar experiências e aprender também com os erros dos demais participantes.
Marcelo Guimarães observou que entre as falhas que levam iniciativas inovadoras ao fracasso estão aspectos relacionados ao mercado, incluindo produtos não diferenciados e forte concorrência, desconhecimento das reais demandas do mercado e seu dimensionamento e a falta de interação com clientes. Também são falhas recorrentes o uso de tecnologias não maduras, produtos com conceitos não robustos, problemas de capital intelectual e gestão – equipes disfuncionais, sem estrutura organizacional adequada, sem cultura de inovação ecossistêmica e colaboração, por exemplo.
A abertura Faber Up Conhecimento foi feita pelo diretor de Inovação e Competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates. No mesmo evento, o consultor da Academia FIESC de Negócios e da UniSENAI apresentou o curso de extensão de Desenvolvimento de Produtos Inovadores para NeoIndustrialização, que será lançado em 18 de agosto. O objetivo é capacitar para a gestão de tecnologia e inovação, integrada à estratégia do negócio, e vivenciar a gestão e prática de desenvolvimento de novos produtos, tornando as áreas de inovação mais eficazes, eficientes e ágeis.
Sobre o Faber Up
O FaberUp é uma Rede de Inovação que promove conexões estratégicas entre atores do ecossistema, troca de experiências e melhores práticas, acesso às informações qualificadas e soluções inovadoras, com foco na ampliação da competitividade das indústrias catarinenses.
Articulada pelo Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina (IEL/SC), a Rede Faber Up é composta por mais de 400 profissionais, que representam cerca de 300 indústrias catarinenses. A iniciativa visa fortalecer ações regionais e conectar as empresas ao ecossistema de inovação, contribuindo para o relacionamento das organizações.