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Mario Cezar de Aguiar, presidente da FIESC.
Santa Catarina foi o quarto estado do País que mais recebeu imigrantes em 2022: praticamente 13 mil pessoas, o que corresponde a 10,5% dos que chegaram ao Brasil. Os dados reforçam uma tradição do estado, que a partir do século 19 intensificou o acolhimento de imigrantes de diversos países e de outras regiões brasileiras. A mescla de culturas de pessoas de origens variadas, que para cá vieram em busca de dias melhores e trabalharam duro para isso, é um dos nossos grandes diferenciais.
Somos um estado sem grandes extensões territoriais e com relevo acidentado, o que impõe desafios à produção agrícola. Mas, talvez até por isso mesmo, com muito esforço e dedicação de nossa gente, soubemos estruturar a economia sobre fortes bases industriais, que impulsionam nosso desenvolvimento até hoje.
E isso nos leva outra vez à questão da imigração. Em 2020 (último dado disponível), trabalhavam em Santa Catarina 37,8 mil imigrantes, o que corresponde a 20,6% do total no Brasil, com destaque para os vindos do Haiti (64,9%) e da Venezuela (16,3%).
Santa Catarina é um destino seguro para quem busca recomeçar a vida porque oferece oportunidades. E elas existem porque aqui acreditamos na força da livre iniciativa. Grandes empresas industriais, dos mais diversos segmentos, nasceram no estado, se desenvolveram, se internacionalizaram e dão sustentação à qualidade de vida e aos distintos indicadores sociais catarinenses.
Não se trata aqui de fazer discurso ufanista ou ignorar problemas. Além de enfrentar desafios como os da infraestrutura de transporte e saneamento, para nos mantermos na vanguarda precisamos dar mais atenção a alguns indicadores relativos ao nosso capital humano, especialmente na área educacional. Afinal, é o catarinense que faz de Santa Catarina o estado com a menor taxa de desemprego, com o sexto PIB, com a quinta maior arrecadação de impostos federais, com a maior expectativa de vida, com a primeira colocação em segurança pública, além de ser campeão nacional em valor agregado nas exportações.
É por isso mesmo que não podemos aceitar movimentos que, a partir de episódios isolados, procuram criar narrativas e generalizações que não condizem com a realidade. Quem nos conhece sabe que não nos faltam motivos para, de cabeça erguida, dizer: “eu tenho orgulho de ser catarinense”.
