Acidentes e doenças ocupacionais preocupam cada vez mais a indústria. Não só porque o trabalhador tem direito a um ambiente de trabalho seguro, mas, também, pelos custos envolvidos nos afastamentos, que podem chegar a 6% da folha de pagamento das empresas. No Brasil, o marco regulatório é rigoroso até o momento em que o trabalhador precisa deixar suas ocupações, em virtude de uma doença ou acidente. Acontece que, depois, o trabalhador não recebe a devida assistência. É necessário inverter essa lógica e atuar na prevenção. Mas quando o afastamento ocorre, a volta ao trabalho, de forma assistida e adequada, deve ser compreendida como parte do processo de recuperação, respeitando, é claro, eventuais limitações do empregado.
O SESI/SC tem dedicado grande esforço na construção de um modelo de gestão de saúde e segurança considerando essas premissas. Por meio da Aliança Saúde Competitividade, temos buscado as melhores referências internacionais, para aplicá-las aqui. Países como Inglaterra, Espanha e Alemanha reconhecem que o retorno ao ambiente de trabalho deve ser o mais breve possível, ainda que, eventualmente, alterando as ocupações anteriormente exercidas.
Na Inglaterra, o programa Fit for Work - Free return to work advice and support promove a volta ao trabalho de forma assistida, como parte do tratamento. Na Alemanha, o Seguro de Acidentes de Trabalho oferece toda a assistência necessária para que o trabalhador se reabilite o mais rápido possível e retorne ao trabalho com sua saúde e produtividade restituídos. Na Espanha, o governo atua em parceria com a iniciativa privada no modelo mutual, oferecendo tratamento diferenciado, a fim de que a saúde do trabalhador não gere impactos sociais e tampouco econômicos para as pessoas e empresas.
Em SC, entre as iniciativas pioneiras do SESI, está o lançamento de um aplicativo que ajuda as empresas a fazerem a gestão da saúde e segurança de seus trabalhadores. Além disso, em parceria com INSS, o SESI participa em Videira de projeto inovador para assistir o trabalhador afastado, buscando sua recuperação e reintrodução no mundo do trabalho. Temos a convicção de que o trabalho é uma dádiva. Exercido de forma segura e saudável é fundamental para o tratamento e recuperação do trabalhador afastado, proporcionando-lhe dignidade, cidadania e autoestima.
Confira artigo do presidente da FIESC publicado no jornal Diário Catarinense, nesta quinta-feira (9)