Escrevo este artigo antes da reunião do Copom, que traz consigo o risco de aumento das já estratosféricas taxas de juros e remete para uma reflexão indispensável: é saudável aumentar as taxas de juros quando o país passa por uma grave crise de credibilidade política, com reflexos profundos na economia?
A crise chegou a um ponto que não permite mais ao governo continuar errando. O momento é de criar uma agenda econômica que possibilite a resistência e a recuperação empresarial. Diante de tantos erros cometidos pelo governo federal nos últimos anos, o único caminho possível para fortalecer o Brasil passa pela preservação de quem faz o desenvolvimento acontecer. São as empresas que criam riqueza, geram emprego, renda para o trabalhador e arrecadação para o governo, o qual, como parece, se esqueceu disso.
Entre os erros cometidos encontra-se a política de redução da inflação pelo aumento e manutenção de altas taxas de juros. Juros altos desestimulam o consumo, reduzem investimentos e prejudicam toda a cadeia produtiva, gerando redução da produção e de oferta. O que o país tem de gerar para pagar o serviço da dívida consome a esperança de milhões de brasileiros, pela falta dos investimentos necessários para manter e criar novos empregos. A questão central no combate à inflação reside no desequilíbrio fiscal, provocado pelo governo, que aumenta os custos empresariais, reduz a produção e gera um fluxo negativo, que realimenta a inflação. Os excessivos gastos públicos estão na raiz de todos os nossos males. O mal se corta pela raiz.
Está mais do que na hora de o governo mostrar competência e valorizar mais o setor produtivo e os investimentos e menos os juros e a ganância arrecadatória, fatores que nunca contribuíram para um país recuperar a sua economia e sair da crise.
Confira artigo do presidente da FIESC, Glauco José Côrte, publicado nos jornais Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina nesta quarta-feira, dia 2 de março