Em 2015 a indústria registra queda nas vendas, na produção, nas exportações e, pior, agora também no emprego, o que tende a agravar o atual quadro de contração da economia. O desemprego tem potencial para realimentar a crise. Nesse cenário, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as 27 Federações de Indústria do País lançaram o manifesto “O Brasil que todos queremos”, dada a urgência de se encontrar alternativas de convergência para a saída da crise. O ajuste fiscal proposto pelo governo é importante, mas se não for acompanhado de uma agenda pelo crescimento, com reformas estruturais, terá seu pesado custo pago apenas pelos trabalhadores e empreendedores. O ajuste fiscal deve ser um meio para alcançar o equilíbrio das contas públicas, não um fim. O fim tem que ser a retomada do desenvolvimento econômico, o que passa pelo resgate da competitividade industrial.
Como apontado no manifesto, há um problema de confiança que paralisa o País, eleva custos, aumenta o pessimismo e aprofunda a recessão, gerando incertezas sobre o futuro. O País está sendo derrotado pelo pessimismo. A confiança do empresário industrial é a mais baixa desde 1999. Por isso, o momento é de chamar todos os que podem contribuir para a recuperação da economia. Congresso e Governo, com a participação do setor privado, precisam convergir em torno de uma agenda positiva mínima, capaz de restabelecer a confiança, condição indispensável para a retomada dos investimentos.
Acontece que a indústria não pode parar. Por isso, está promovendo os ajustes requeridos pelos ambientes interno e externo, preparando-se, assim, para um novo ciclo político e econômico. Mais do que nunca, é hora de simplificar, melhorar processos, reduzir gastos, ganhar eficiência, inovar e investir na formação dos seus trabalhadores.
Enquanto alguns se encolhem, em Santa Catarina o empresário ganha ânimo e força para enfrentar o cenário adverso, como fez em outras situações como esta. Os que não baixam a cabeça em momento de recessão, que mantêm suas empresas operando, inovam e aproveitam as oportunidades que vêm com a crise, serão os primeiros a sair dela.
Confira artigo do presidente da FIESC, Glauco José Côrte, publicado nos jornais Diário Catarinense e A Notícia nesta quarta-feira, dia 19 de agosto