O marco regulatório de ciência, tecnologia e inovação, recentemente sancionado, traz importantes avanços. A lei promove a relação público-privada, simplifica compras e dispensa licitações para a contratação de empresas de micro e pequeno portes para projetos de pesquisa, marcando o início do reconhecimento do setor privado como ator importante no desenvolvimento de produtos, serviços e processos. Há, porém, importantes aprimoramentos ainda a serem feitos na regulação. Alguns deles estavam no texto original da lei, mas foram suprimidos na sanção.
Um dos vetos terminou por manter a carga tributária incidente na importação de insumos por parte das empresas que realizam projetos de pesquisa. A decisão conserva diferenciação em relação às condições de operação entre os centros de pesquisa públicos e privados, dando combustível ao desgastado discurso sobre o maior investimento público na área, em comparação ao capital privado.
Além das ações governamentais, é preciso que o setor privado, incluindo as micro e pequenas empresas, esteja atento às possibilidades de inovação. Mesmo com a crise, as oportunidades continuam existindo e gerando ganhos de competitividade para as empresas que inovam. Os programas desenvolvidos pelas entidades da FIESC junto às indústrias mostram que o investimento na qualificação de profissionais, inclusive os de liderança, gera significativos resultados.
Nesse sentido, o SENAI investe em 10 (dez) institutos de inovação e de tecnologia em todas as regiões do Estado, oferecendo soluções para empresas de todo o Brasil. Em conjunto com o IEL, efetivou mais de 360 mil horas de consultoria para melhoria na gestão e inovação de empresas em 2015. A Bienal Brasileira de Design, realizada pela FIESC, foi outro evento de destaque no ano passado.
Muitas ações, nos setores público e privado, são necessárias para que a mudança efetivamente ocorra. O aprendizado constante das empresas mostra que a inovação não é um processo que ocorre da noite para o dia. Mas o papel central que a inovação tem nas economias desenvolvidas mostra que os esforços valem a pena, para as indústrias e para a sociedade.
Confira artigo do presidente da FIESC, Glauco José Côrte, publicado nos jornais Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina nesta quarta-feira, dia 3 de fevereiro