Presenciei neste mês um exemplo emblemático da capacidade industrial catarinense, quando participei, no Tennessee, nos Estados Unidos, do evento que marcou a inauguração da Portobello America. O arrojado movimento da fabricante de cerâmica de revestimento nascida em Tijucas, de criar raízes profundas ao abrir uma planta fabril no maior e mais disputado mercado mundial, serve de inspiração e de referência para que mais empresas de nosso estado avancem nesta mesma direção. É uma prova de que é possível, sim.
Trata-se de uma planta fabril notável, com praticamente um quilômetro de comprimento. Estado da arte no setor, ela está preparada para dar suporte a estratégias de mercado com inovação, sustentabilidade e design. Estar próximo, conhecendo e adaptando-se às necessidades e desejos do consumidor são premissas sine qua non adotadas pelas empresas internacionalizadas.
Isso é ainda mais relevante num mundo em transformação como o atual, em que os países se deram conta de que a indústria é um ativo estratégico para o desenvolvimento e para a garantia de suprimento do mercado. Ao constatar os impactos da excessiva concentração da produção na Ásia, as nações descobriram que a participação nas cadeias globais de valor precisa considerar mais do que preço e qualidade: deve levar em conta também componentes como a confiabilidade e afinidade. Para o Brasil, e particularmente Santa Catarina, trata-se de uma grande oportunidade, como concluímos, mais uma vez, há alguns dias, durante os debates sobre neoindustrialização, no evento Radar Reinvenção.
O movimento da Portobello é uma mostra clara de que o empresário industrial catarinense está atento a este cenário internacional em transformação, em que o mundo está aprendendo a produzir de um novo jeito. É motivo de orgulho ver que tantas companhias nascidas em nosso estado ganharam o mundo e estão avançando cada vez mais com suas estratégias globais. A ousadia e o protagonismo são marcas registradas do industrial catarinense. A determinação da Portobello confirma que nossa indústria não só quer fazer o novo, trazer o novo, criar o novo; mas também ser o novo.
Confira artigo do presidente da FIESC, Mario Cezar da Aguiar, publicado no jornal Notícias do Dia, nesta quinta-feira, dia 26, destacando a capacidade industrial catarinense, citando como exemplo a inauguração da fábrica da Portobello no estado do Tennessee