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Opinião: O pão nosso de cada dia, por Glauco José Côrte

Confira artigo do presidente da FIESC publicado no jornal Notícias do Dia no dia 1º de maio.

A passagem do Dia do Trabalho nos faz pensar sobre as razões que levam o Brasil amargar, ainda, um desemprego tão contundente, após erros recentes cometidos sem o necessário zelo com a coisa pública. Segundo dados divulgados pelo IBGE, o desemprego avançou e hoje a nação abriga 13,7 milhões de desempregados. Em função disso, o País tem hoje o menor número de trabalhadores com carteira assinada desde 2012.

Na raiz do problema, uma economia que não consegue se mover na velocidade que gostaríamos. O Brasil precisa de investimentos que só ocorrem quando o empresariado percebe condições seguras para se desenvolver e gerar emprego e renda. As condições para investir dependem do ambiente empresarial.

Reunião recente do Conselho de Economia da FIESC evidenciou que os empresários queixam-se da dificuldade de acesso ao crédito. Garantias demasiadas, burocracia, disponibilidade de recursos e as condições de financiamento restringem a capacidade de investimento das empresas. Mais grave ainda, e conforme destacado no jornal Valor de 25 de abril, o alto custo dos empréstimos se deve ao spread, a diferença entre o que os bancos pagam ao captar os recursos e o que cobram ao repassá-los aos tomadores.

Segundo estudo da CNI, o spread no Brasil é 14 vezes mais caro do que em outros países com economias similares à nossa. A diferença entre o spread atual e o que existia no Brasil de 2012 a 2014 fará com que, de 2017 a 2022, as pessoas físicas gastem mais de R$ 1 trilhão para pagar os empréstimos contraídos ano passado. São recursos que se fossem alocados no consumo ajudariam a movimentar a economia e dinamizar os investimentos.

O setor bancário alega que os custos para se oferecer recursos é alto devido, principalmente, à inadimplência. Contudo, o estudo da CNI evidencia que há 64 países com inadimplência maior do que a nossa e spreads bem menores.

O desenvolvimento existe quando todos os setores atuam em harmonia. A função principal dos bancos é promover o desenvolvimento, gerar lucro para os detentores de seus capitais e contribuir para que as empresas possam expandir e contratar mais gente para a produção. Gente que, com o pão de cada dia garantido, possa ir ao mercado adquirir os bens e serviços gerados pelo setor produtivo.

A harmonia do desenvolvimento se consegue pelo diálogo, pela constatação de que a prosperidade é possível quando todos perceberem que o Brasil unido é capaz de gerar muito mais ordem e progresso.

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