Dados preliminares indicam que tivemos uma das mais movimentadas temporadas de verão de Santa Catarina. Não podemos, no entanto, crer que estamos navegando em águas tranquilas. O poder público e a iniciativa privada precisam trabalhar para levar Santa Catarina ao estágio do turismo inteligente, com menos sazonalidade, oferecendo ao visitante a integração entre infraestrutura, serviços, sustentabilidade e urbanização.
Um dos primeiros pontos a serem atacados é a infraestrutura. O despejo de esgoto em praias e rios não pode continuar. Temos que agir de forma incisiva, aplicando as mais modernas tecnologias para elevar os índices de balneabilidade do nosso litoral, proteger o meio ambiente e a saúde da população.
Também na infraestrutura é preciso equacionar a questão da mobilidade. Com vias que já estão saturadas e calçadas malcuidadas, a experiência de deslocamento vivida pelos turistas e, também, pelos moradores, em períodos de pico é frustrante. Mais uma vez, a solução passa pela vontade política e pela implementação de projetos avançados, que valorizem pedestres e ciclistas, e contemplem um transporte coletivo eficiente.
Para irmos além destes pontos mais evidentes, precisamos definir que futuro queremos para o turismo em Santa Catarina. A indústria, como fornecedora para os empreendimentos do setor, tem tudo a ver com esse segmento, que movimenta US$ 1,5 trilhão por ano no mundo. Por isso, a FIESC, em conjunto com a Fecomércio e o Sebrae, realizou em março o painel setorial da indústria do turismo. Em dois dias de trabalho foram debatidos o cenário atual, as melhores perspectivas para o futuro e os fatores que podem nos limitar. Como resultado, estamos elaborando uma rota de crescimento, que aponta as ações necessárias, tanto do poder público quanto da iniciativa privada, para atingir o desenvolvimento pretendido.
Este é o início de um trabalho fundamental para o turismo de Santa Catarina. Sem descuidar de nossos importantes recursos naturais, devemos potencializar o setor, tornando-o mais integrado e alinhado às necessidades dos visitantes. A indústria catarinense conhece os desafios de se manter competitiva em relação aos mercados com os quais concorre, e no turismo não é diferente. Com a dedicação e a persistência da iniciativa privada e do poder público, temos condições de colocar o setor em um novo patamar, gerando mais desenvolvimento e riqueza durante o ano todo, todos os anos.
Confira artigo do presidente da FIESC, Glauco José Côrte, publicado no jornal Notícias do Dia nesta quinta-feira, dia 31 de março