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OPINIÃO: Internacionalização é cooperação regional

Confira artigo assinado pela presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, publicado na edição de julho da revista Liderança Empresarial, da Associação Comercial e Industrial de Criciúma

A internacionalização da indústria catarinense é um eixo estratégico do Sistema Fiesc sob a gestão do presidente Mario Cezar de Aguiar, com o propósito de aumentar a competitividade da indústria e o fluxo de negócios internacionais, com foco no desenvolvimento de novos produtos, novas tecnologias e novos mercados. A experiência com a implantação do Programa de Internacionalização Intercomp, a aplicação da autoavaliação de maturidade, a entrega de plano customizado de internacionalização e a plataforma digital disponibilizada aos industriais, em conjunto com as outras ações voltadas ao comércio internacional, consolidaram a Fiesc como um hub de soluções inteligentes para o comércio internacional ao alcance de qualquer industrial ou empresário do comércio ou dos serviços.

O ano de 2021 foi de recordes para o comércio exterior catarinense e, certamente, a Fiesc contribuiu positivamente para os resultados alcançados: US$ 10,3 bilhões em exportações e US$ 24,9 bilhões em importações – os maiores valores da série histórica iniciada em 1997. Os números também refletiram o crescimento da inserção de empresas de Santa Catarina no mercado internacional. De acordo com análise do Observatório Fiesc, 800 novas companhias fizeram embarques para o exterior em 2021, quando comparado com o ano anterior. O resultado é animador, mas não é suficiente, nem reflete o potencial que as companhias catarinenses detêm para a realização de negócios internacionais.

A globalização da economia mundial mostrou na pandemia do Covid-19 a dependência de poucas fontes de fornecimento para as indústrias e para o comércio. Para multiplicar essas fontes de fornecimento, é premente a vizinhança geográfica do Brasil em que se identifica uma oportunidade ainda pouco explorada.

Nesse sentido, os acordos comerciais celebrados entre Brasil e os países fronteiriços, além dos realizados com Equador, México e Chile, são significativos já que o imposto de importação se encontra “zerado”, reduzindo na sequência o valor dos tributos cobrados, em cascata, nas importações no Brasil. Igualmente, esses países parceiros podem adquirir bens brasileiros na mesma condição vantajosa de não pagar o imposto de importação, pois são todos países integrantes da Aladi. Falta vontade política de aproveitar esse benefício alargado pela aproximação geográfica e balizado pela facilidade de diálogo e compreensão entre as partes, possibilitando explorar as negociações de forma inteligente e organizada.

De fato, o que falta é o mecanismo da cooperação regional. A cooperação regional, amplamente utilizada na União Europeia, é
um exemplo bem-sucedido de programas, de setores e de benefícios voltados a criar valor nas cadeias de produção, de logística e de comércio. Atraem, assim, organizadamente os empresários para participarem com resultados positivos para a sociedade. 

A Aladi detém o acervo de acordos, procedimentos e mecanismos para a implementação de Programas de Cooperação Regional, os governos detêm os instrumentos regulatórios e os industriais e empresários detêm os ambientes associativos próprios para liderar um debate sobre o que deve ser feito. Somente os industriais sabem o que necessitam, apenas falta determinação e vontade política dos representantes oficiais, estaduais e federais para promover a verdadeira integração industrial e comercial, seja pelo aproveitamento do que se tem, seja pelo início do desenvolvimento de insumos faltantes ou bens por meio de alianças estratégicas.

O momento demanda rever e atualizar qual o sentido de o Brasil participar em organismos regionais, como a Aladi, e não os utilizar a fim de ampliar a base de fornecedores e clientes bilateralmente com os países parceiros comerciais, reduzir o Custo Brasil e, de forma transversal, dar passos certos para uma política industrial regional com foco e ênfase na cooperação regional. 

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