Quando o País parecia encontrar o caminho para avançar na direção das reformas imprescindíveis para que a economia possa voltar a crescer de maneira sustentável, um novo terremoto surge na política, reacendendo os questionamentos sobre as perspectivas para o fim da crise econômica. As delações da Odebrecht são o caso mais recente e ofuscam o noticiário sobre a queda dos juros, sobre o controle da inflação ou sobre avanços importantes, como a aprovação da terceirização.
Embora estejam longe de justificar euforia, no caso catarinense os dados econômicos do início de ano são predominantemente positivos, confirmando a importância de termos um parque produtivo diversificado e bem distribuído por todas as regiões do Estado. Apesar de as vendas da indústria ainda estarem no vermelho (-3,3% nos dois primeiros meses do ano), a produção subiu 4,8%, o saldo do emprego na indústria é positivo em pouco mais de 23 mil vagas no 1º trimestre e as exportações foram 22% superiores às do 1º trimestre do ano passado.
O Brasil vive um momento histórico, em que tem a oportunidade de deixar de lado práticas inaceitáveis. Escrevi, neste mesmo espaço, no dia 7 de janeiro de 2015, e é oportuno relembrar: ao lado de velhas questões, como a exagerada carga tributária, a legislação trabalhista ultrapassada e a precariedade da infraestrutura, o Custo Brasil ganhou novos elementos, como a violência e, agora, a corrupção, que parece ter se enraizado na administração pública, com a participação de empresários sem ética. Esse tipo de jogo sujo tira competitividade das empresas que atuam de maneira séria e transparente, além de limitar a atração de investimentos.
É falsa a dicotomia de que precisamos escolher entre o combate à corrupção e o crescimento econômico. Em paralelo ao prosseguimento das investigações, é necessário avançar nas reformas, como a trabalhista e a da previdência, para criar um ambiente mais propício ao crescimento econômico, única maneira de tirar mais de 13 milhões do desemprego. O enfrentamento da corrupção é mais um fator para tornar o Brasil um país mais competitivo e socialmente justo.
Confira artigo do presidente da FIESC publicado nos jornais Diário Catarinense e A Notícia, nesta quarta-feira (26)