Enquanto patina nos rankings de educação de matemática e ciências, o Brasil conquistou o terceiro lugar na classificação geral no torneio mundial de educação profissional WorldSkills, na Rússia. Em uma disputa acirrada, ficamos atrás apenas da China e da Rússia. Em 73% das ocupações que disputamos, atingimos o nível de excelência. E o SENAI de Santa Catarina contribuiu muito para esse resultado, com medalhas e certificados de excelência.
O mundo vem reconhecendo a importância da formação técnica, com propostas de ensino focadas na solução de problemas. Em 2005, a Finlândia tinha 29% dos jovens na educação técnica e profissional, hoje, o número passou para 71%. A Rússia, que sediou o torneio neste ano, e a China, que recebe a próxima edição da WorldSkills, também caminham na mesma direção.
E o desempenho na competição – não só neste ano, como nos anos anteriores – reforça que a educação profissional oferecida pelo sistema S no Brasil está alinhada aos padrões mundiais e que o país tem potencial para avançar na profissionalização de seus trabalhadores. Mas ainda há muito a ser feito. Enquanto, na Europa, 50% dos alunos do ensino médio fazem educação profissional, em média, no Brasil, esse número não ultrapassa os 11%.
Valorizar a educação profissional é inserir os jovens no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, direcionar a formação para atender as demandas do mercado, que ainda sofre na busca por profissionais especializados. Relatório recente da OCDE demonstra que 61% das empresas brasileiras têm dificuldades para preencher vagas de área técnica. Por outro lado, dados do IBGE apontam que 23% dos jovens brasileiros, ou seja, 11 milhões, não trabalham nem estudam.
O fortalecimento de toda a cadeia produtiva, o surgimento de soluções que movimentam a economia e o aumento da competitividade do país, portanto, estão ligados à formação profissional. E os nossos estudantes comprovaram que, quando temos foco nisso, alcançamos o topo. Basta o Brasil dar a devida importância ao ensino técnico profissionalizante.