O início das gestões municipais, em meio à crise econômica e política, reforça a máxima de que os governos precisam fazer mais e melhor com um orçamento limitado. Mais do que nunca, é hora de elaborar uma agenda positiva, com as escolhas certas, pautadas em fatos e dados. Recentemente, a Macroplan divulgou o relatório “Os Desafios da Gestão Estadual – 2016”, que analisa 28 indicadores do País.
Santa Catarina lidera o ranking em dez indicadores socioeconômicos. São eles: IDEB do Ensino Fundamental II (5,1), expectativa de vida (78,4 anos), mortalidade infantil (10,1 óbitos infantis/1000 nascidos vivos), menor taxa de homicídios (12,7/100 mil habitantes), desemprego (3% da população com mais de 15 anos de idade), informalidade (19,6% de empregados sem carteira em relação ao total de empregados), pobres (4,3%), desigualdade de renda (índice de Gini de 0,416), “nem nem nem” (8,8% de jovens entre 15 e 29 anos de idade que não trabalham, nem estudam e nem procuram emprego) e gravidez precoce (8% das meninas entre 15 e 19 anos são mães).
Em outras áreas houve avanços na última década, caso da qualidade da energia (embora ainda registremos quase o dobro de horas de interrupção de energia elétrica por ano do que SP) e redução da taxa de óbitos por acidente de trânsito. Por outro lado, perdemos posições em algumas áreas, caso da qualidade das rodovias, na qual saímos da sexta para a 16ª posição. Em 2015, o percentual de estradas em condição ruim ou péssima era de 25,2%, enquanto as rodovias avaliadas como regulares representavam 36,4%. Não é por teimosia que a FIESC reclama tanto das condições das rodovias catarinenses.
Embora, no geral, os dados confiram posição favorável a SC em termos nacionais, isso é pouco para um Estado exportador, que compete com países onde o ambiente para a produção é muito melhor. O momento exige medidas corajosas. Felizmente, o governo estadual e os prefeitos têm anunciado disposição para tomar as decisões necessárias, cortando despesas com o custeio da estrutura administrativa, a fim de não prejudicar o atendimento à população em áreas essenciais como educação e saúde. Manter o esforço de racionalização depois do pico da crise, é essencial para enfrentar e superar os problemas estruturais e assegurar as condições de competitividade para o setor produtivo.
Confira artigo do presidente da FIESC publicado nos jornais Diário Catarinense e A Notícia nesta sexta-feira (20)