O estudo “Competitividade Brasil: comparação com países selecionados”, da CNI, analisou o grau de competitividade de 18 países com algum grau de similaridade entre o nível de desenvolvimento de suas economias, incluindo o Brasil, que ocupa a 17ª colocação. Estamos à frente, apenas, da Argentina.
Ser competitivo é transitar com desenvoltura em quesitos como capital e trabalho, infraestrutura, logística, tributos tecnologia, inovação e educação entre outros. O Brasil está mal em vários aspectos, principalmente quanto à disponibilidade de capital, quesito em que ocupamos a última colocação. Essa questão pode ser avaliada pelo nível da Selic, que é o indicativo da taxa básica de juros. Os 13% atuais estão muito além do razoável e, ainda assim, não refletem a realidade, uma vez que a taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres fechou dezembro em mais de 50%. Por sua vez, o custo médio para a pessoa física no mesmo mês foi superior a 70%.
Os problemas inerentes a uma infraestrutura arcaica ajudam a consolidar a posição do Brasil na penúltima colocação. Segundo estudos da FIESC/UFSC, para cada real faturado pelas indústrias catarinenses, R$ 0,14 são dispendidos em logística, contra R$ 0,11 da média brasileira e R$ 0,08/R$ 0,09 praticados nos países desenvolvidos. Pesa distribuir a riqueza, duramente produzida. Nossos produtos ficam mais caros e menos competitivos.
Sondagem da Construção Civil, efetuada pela FIESC, mostra que, em 2016, a elevada carga tributária é o principal problema reportado pelas empresas que buscam superar a crise, seguida pela demanda insuficiente e pela falta de capital de giro. A dificuldade em acessar o crédito se soma aos custos proibitivos e produz um cenário de liquidez restrita, que afeta, principalmente, as empresas de menor porte.
Mesmo com todas essas limitações, Santa Catarina, pela segunda vez consecutiva, foi classificada como o terceiro Estado de melhor competitividade do Brasil, abaixo do Paraná e de São Paulo, que lidera o ranking, segundo o Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Economist Intelligence Unit e Consultoria Tendências.
Aumentar a competitividade da indústria é uma das missões da FIESC. Em um mundo que ainda se ressente da crise internacional de 2008, buscar a competitividade é uma forma de se obter um ambiente empresarial seguro e próspero. É o que fazemos, melhorando o nível de escolaridade e de saúde de nossos trabalhadores e investindo em inovação e tecnologia, fatores inequívocos de contribuição para o desenvolvimento das indústrias e o bem-estar da sociedade catarinense.