Com base nas avaliações do chamado PISA em leitura, matemática e ciências, a OCDE indica Singapura como o país líder em Educação no mundo, bem à frente do segundo colocado, o Japão em ciências, e Hong Kong em matemática. O PISA também revela que os sistemas educacionais com melhor desempenho priorizam a qualidade do professor. Para saber o que Singapura fez para chegar ao topo da Educação mundial, o Movimento Santa Catarina pela Educação acaba de realizar missão àquele país. O que foi visto e aprendido ultrapassou qualquer expectativa inicial.
O sistema educacional é pautado na relevância e no mérito, com alinhamento perfeito entre Ministério da Educação, instituições formadoras de professores e escolas. Tudo é perfeitamente pensado para alcançar os dois grandes objetivos da Educação de Singapura: efetivar as aspirações dos estudantes e desenvolver a economia. Os ensinos primário e secundário são públicos, com pequenos custos para os alunos, enquanto o ensino superior é privado, porém, com vultosa coparticipação estatal. O idioma ensinado nas escolas é o inglês, mas um segundo também é oferecido: mandarim, malaio ou tâmil. Isso é vital para um país que prega a harmonia entre os singapurianos de origem chinesa (a grande maioria), indiana e malaia.
Singapura investe 3% do PIB em Educação, cerca de US$ 9,6 bilhões de dólares. O professor tem salário que varia de US$ 1.200 a US$ 6.000 ao longo da carreira, sem estabilidade. Só permanece se demonstrar capacidade e motivação para preparar bem os alunos. Está sempre em processo de capacitação. E no campo da formação de professores, Singapura tem um dos mais importantes líderes mundiais, o Prof. Lee Sing Kong, do Instituto Nacional de Educação (NIE), que nos deu uma verdadeira aula sobre o que um país deve fazer para oferecer educação de qualidade. Aquele professor com brilho nos olhos nos encantou, com três horas de valiosa aprendizagem. Agora, o desafio é operar a proposta de ter o Prof. Lee e sua equipe para nos ajudar na formação de nossos professores em matemática e ciências.
A princípio se pode pensar que esta verdadeira revolução educacional tenha sido bem-sucedida por se tratar de um país com apenas 720 km2. Isso, em parte, é verdade. Mas a grande diferença reside em pensar grande, priorizar o que é relevante e valorizar pelo mérito. Tudo isso alinhado a um forte planejamento e recursos aplicados corretamente.