As estatísticas sobre o desempenho da economia indicam que o Brasil se encaminha para um cenário de estabilidade, que tende a evoluir para uma lenta recuperação em 2017. Está claro, contudo, que o País terá que enfrentar as reformas estruturais que postergou, antes de ingressar num novo ciclo de crescimento vigoroso.
Nesse cenário, as exportações constituem uma alternativa para enfrentar o ambiente deprimido do mercado doméstico, embora novas estratégias só costumem apresentar resultados no longo prazo. Tanto é que, apesar do câmbio mais favorável, o valor dos embarques do Estado em 2015 foi menor do que no ano anterior, reflexo principalmente da queda nos preços de alguns dos principais produtos exportados por Santa Catarina.
Segundo a publicação “Análise do Comércio Internacional Catarinense, 2016”, lançada recentemente pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIESC, mais de 60% dos exportadores do Estado esperam elevação dos negócios internacionais neste ano, o que é muito positivo. Outro destaque são as exportações das micro e pequenas empresas, que tiveram crescimento superior a 150%. O fato de quase 80% dos exportadores indicarem a intenção de buscar novos mercados, principalmente na América do Sul, América Central e América do Norte, também é animador. O estudo revela, ainda, a necessidade de ampliar as exportações do Estado para um maior número de mercados e de incentivar principalmente a produção de bens que vêm demonstrando maior dinamismo no comércio mundial.
Outra constatação, é a necessidade de maior estímulo à inserção das pequenas empresas no mercado internacional. A FIESC tem trabalhado para isso, por meio de iniciativas como a criação da Câmara de Desenvolvimento da Micro e Pequena Indústria, do Exporte Agora, do alinhamento com a CNI e do estreitamento de relacionamento com SEBRAE, APEX, Ministério do Desenvolvimento e Receita Federal.
A indústria de Santa Catarina tem tradição, cultura e competitividade no mercado externo. Com estratégia e foco terá condições de ganhar ainda mais espaço, não só como uma alternativa ao atual cenário de dificuldades, mas como consistente estratégia de desenvolvimento de longo prazo.
Confira artigo do presidente da FIESC publicado nos jornais Diário Catarinense e A Notícia nesta quarta-feira, dia 31 de agosto.