Com uma necessidade anual de cinco milhões de toneladas de milho e produção de menos de três milhões, as lideranças catarinenses discutem formas de equacionar a oferta e a demanda deste cereal essencial à nossa agroindústria. O insumo é básico ao setor catarinense mais representativo em termos de valor da transformação e segundo em empregos na indústria. Maior produtor nacional de carne suína e segundo de frangos, o agroalimento é um verdadeiro patrimônio que dinamiza a nossa economia, gera renda e orgulha os catarinenses, mas que está ameaçado, em função da falta de produção própria suficiente de milho e do recente salto do preço desse insumo.
Com efeito, o ano de 2016 tem exigido esforços extras da cadeia produtiva que depende do grão. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a queda na oferta decorre da instabilidade econômica, da redução nas colheitas em função do aumento da área plantada de soja e do aumento do volume exportado. Acontece que o problema é cíclico.
Suprir o déficit exige ações de curto, médio e longo prazos, como ficou evidenciado em evento realizado na FIESC na semana passada. No que se refere às ações de curto prazo, é necessário transferir para o mercado interno parte da produção nacional comercializada no mercado externo. Para isso, o produtor brasileiro precisa de incentivo que o faça optar por vender aqui.
As soluções de médio e longo prazos incluem a redução dos desperdícios e o aumento da produtividade, com melhoramento das sementes, correção de solo e apoio técnico ao pequeno produtor. Também é necessário melhorar as condições logísticas para trazer ao Sul os grãos do Centro-Oeste, como não cansa de repetir, coberto de razão, o vice-presidente estratégico da FIESC Mário Lanznaster.
Novas vozes precisam se juntar ao coro que insiste na solução para a questão. A realização do Fórum Catarinense do Agronegócio, no último dia 14, com a participação do governador Raimundo Colombo, foi um passo importante nesse sentido. Trata-se de um tema crítico para o desenvolvimento de nosso Estado que, embora pequeno, dá exemplos notáveis de competitividade ao País no agronegócio. Não podemos abrir mão de uma agroindústria pioneira e competitiva, fundamental para a manutenção, em condições dignas, de milhares de catarinenses no campo e nas pequenas cidades.
Confira artigo do presidente da FIESC, Glauco José Côrte, publicado no jornal Diário Catarinense nesta quarta-feira, dia 22 de junho