Florianópolis, 06.11.24 - O mercado livre de gás já é uma realidade para as indústrias brasileiras, com as primeiras migrações concluídas. O desenvolvimento da nova modalidade de comercialização e uma maior adesão pelos clientes, no entanto, vão demandar uma atuação próxima entre as distribuidoras, comercializadoras, transportadoras, agências reguladoras e clientes. Essa é a avaliação dos especialistas que participaram do evento Cogen Sul, organizado pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia e realizado nesta quarta-feira, 06, na Federação das Indústrias de SC, em Florianópolis.
Na visão do diretor comercial de gás da Tradener, Roberto Schloesser, a atuação de todos os agentes desse mercado tem espaço para melhorar. “A distribuidora pode melhorar preços e sua relação com as comercializadoras, as comercializadoras e transportadoras na flexibilização de contratos, os órgãos reguladores na definição dos limites mínimos de contratação”, explica.
Para o presidente da Câmara de Assuntos de Energia da FIESC, Manfredo Gouvea Jr., a indústria - que é parte essencial do componente da demanda pelo insumo - tem a expectativa de que a concorrência contribua para um debate mais efetivo sobre os preços do gás no Brasil. “A indústria já mostrou que está pronta para a transição de sua matriz energética e que há apetite pelo investimento, mas é preciso debater o preço da molécula, para que o setor tenha segurança para fazer a transição. Precisamos acelerar esse movimento”, destaca.
Segundo Gouvea, é preciso garantir que o preço do insumo seja competitivo em Santa Catarina em relação a outros estados e também no Brasil em relação a outros países. “No Peru o custo é equivalente a 20% do preço praticado no Brasil”, exemplifica.
O presidente da Associação dos Produtores de Energia de SC (APESC), Pablo Cupani Carena, salienta que o mercado livre de energia elétrica, por exemplo, trouxe mais competitividade de preços e regras claras, o que tende a se repetir com o gás.
Investimentos
De olho na demanda da região Sul, o TBG estuda o investimento em uma estação de compressão em Gaspar (SC) e já pediu autorização da agência reguladora para a instalação. Novos projetos de investimentos, no entanto, vão depender de compromissos mais firmes em relação à demanda, afirma Robson Coelho, gerente de mercado e regulação da TBG.
O diretor comercial da Edge, Guilherme Mattos, explica que a comercializadora tem expectativas positivas para o mercado livre em 2025. A meta é alcançar 30 clientes, ou 2,5 milhões de m³/dia, um avanço significativo frente aos 400 mil m³/dia de 2024.
Para Eduardo Fior, diretor geral e industrial da Cerâmica Carmelo Fior - que conta com uma unidade fabril em Criciúma -, a expectativa é fazer a transição de 100% do consumo para o mercado livre de gás. A empresa foi a primeira indústria a migrar parcialmente para a nova modalidade de comercialização, com 45% da compra do insumo.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
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