Florianópolis, 18.05.2023 - “O futuro é multienergia. Temos que diversificar as soluções e acelerar a descarbonização”, disse o diretor da Tupy Tech, André Ferrarese, durante participação no Radar Pocket, que debateu economia verde. No evento, promovido pela Academia FIESC de Negócios, nesta quinta-feira, dia 18, ele explicou que existe um período de transição. “No período transitório, o uso do gás natural é excelente porque dos fósseis é o combustível que tem menor intensidade de carbono. Blends (combinações) entre fósseis e bio também são excelentes soluções transitórias. Porém, biocombustível é solução perene. Não é uma questão de usar uma coisa ou outra”, disse.
O diretor-executivo da Noale Energia, Frederico Boschin, destacou que a substituição de tecnologias e a questão comportamental são desafios para a descarbonização. Ele citou como exemplo uma discussão que vem sendo feita nos Estados Unidos sobre o uso das bombas de calor, equipamento para aquecer ou esfriar as residências, sem o uso de gás natural. “Muita gente não entende a tecnologia e tem dificuldade de aceitar a novidade. A questão comportamental talvez seja a mais importante na análise do desafio da transição energética”, salientou, lembrando que não tem como abandonar ou substituir uma tecnologia sem pensar na garantia do suprimento de energia.
Em sua palestra, o diretor de sistemas industriais & e-Mobility da Weg Automação, Valter Luiz Knihs, disse que o mundo está passando pelo final da era moderna dos metais e vivenciando a consolidação de uma nova era: a revolução dos semicondutores, que têm diversas aplicações, como na fabricação de chips, de painéis solares e carros. Inclusive, durante a pandemia, as montadoras ao redor do mundo foram afetadas pela falta dos semicondutores. “Não temos nenhuma fábrica e não dominamos a fabricação de semicondutores. A indústria mais poderosa que tem é a de semicondutores. O Brasil perdeu essa onda por falta de política industrial”, declarou.
José Antônio Ribas Junior, diretor-executivo de agro e sustentabilidade na Seara, apresentou ações que fazem parte da jornada de descarbonização da empresa. Ele disse que o grande projeto de sustentabilidade da JBS, grupo do qual a Seara faz parte, é o Net Zero, que tem o compromisso de zerar o balanço de suas emissões de gases causadores do efeito estufa, reduzindo suas emissões diretas e indiretas e compensando toda a emissão residual. A companhia vai investir mais de US$ 1 bilhão na iniciativa. Ele também destacou que 45% dos produtores integrados à Seara usam energia fotovoltaica nas granjas. Além disso, serão construídas três usinas de biometano e realizados investimentos em biocombustível para abastecer caminhões que fazem logística de curta distância (transporte de ração para as granjas e de suínos que vão para o abate, por exemplo).
Gabriel Mann dos Santos, diretor de comercialização de energia da Engie, disse que 100% da geração de energia da empresa no país é renovável, com a geração hidrelétrica representando cerca de 80% da capacidade de geração. “Mas todo o nosso crescimento e investimento têm se dado na geração eólica e solar. Estamos investindo em novos projetos desde 2014-2015, direcionados para o mercado livre”, disse.
O diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, disse que o objetivo da Academia é gerar uma comunidade em torno de temas estratégicos e uma comunidade prática no sentido de realizar projetos. “Temos uma série de oportunidades para avançarmos no setor de economia verde”, resumiu.
No evento, a FIESC lançou o Núcleo de Economia Verde que visa conectar iniciativas, dar suporte às empresas e disseminar boas práticas e conteúdos acerca do tema. O grupo se reunirá periodicamente.
Em participação no Radar Pocket sobre economia verde, o diretor da Tupy, André Ferrarese, disse que é preciso diversificar as soluções para acelerar a descarbonização e que isso passa pela combinação do uso de combustíveis