Florianópolis, 27.08.2020 – Estratégias para seguir qualificando profissionais foram debatidas nesta quinta-feira (27) durante reunião virtual do Conselho de Governança do Movimento Santa Catarina pela Educação. Conduzido pelo presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, o encontro abordou o novo ciclo do Movimento, que passará a qualificar trabalhadores desligados durante a pandemia para a recolocação no mercado de trabalho. Além dos conselheiros, vice-presidentes da FIESC também acompanharam a reunião.
“Certamente teremos uma sociedade diferente da que tínhamos antes da pandemia. Então, também na educação, nós precisamos redirecionar as nossas ações. A educação é um fator fundamental para preparar a nossa sociedade para um novo mundo que virá. Precisamos nos preparar para essa mudança de comportamento das pessoas e de hábitos. Uma das ações é o incremento ao ensino a distância, acelerando algo que já estava previsto no longo prazo. Isso hoje já é uma realidade”, frisou Aguiar.
O diretor de educação e tecnologia da FIESC, Fabrizio Machado Pereira, apresentou o reposicionamento do Movimento, que concentrará sua agenda na qualificação de profissionais desligados para a inclusão no mercado de trabalho. “A importância do Movimento é inequívoca e, por influência da pandemia e de olho no período pós-pandemia, vamos nos concentrar em uma agenda pragmática com foco nas empresas e no trabalhador, com educação voltada ao mundo do trabalho, para a reinvenção da economia”, salientou.
Adriana Cassol, gerente-executiva de Educação da rede SESI SENAI, complementou afirmando que as empresas também pensam em caminhos para a recolocação desses trabalhadores. “Para facilitar a conexão destes profissionais com as empresas, vamos desenvolver uma plataforma digital”, acrescentou. Entre os temas transversais a serem abordados na qualificação estão mundo digital, inglês, português, matemática, economia pessoal, lógica de programação e competências socioemocionais. Em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH/SC), o Movimento atuará no planejamento de carreiras.
::: Educação na pandemia
O presidente da Zen S.A., Gilberto Heinzelman, informou que já estão recontratando profissionais na fábrica instalada em Brusque. “Em breve vamos contratar mais pessoas e esse programa de aprimoramento do Movimento será fundamental”, avaliou.
Rudney Raulino, diretor-regional do SENAC/SC, destacou iniciativas do atendimento que vem sendo oferecido aos trabalhadores do comércio por meio de SESC e SENAC, como a inclusão de um segundo idioma desde o ensino infantil e intensificação do ensino da matemática.
José Zeferino Pedrozo, presidente da FAESC, comentou que na agricultura tem sido um grande desafio ampliar o acesso à educação porque a internet ainda é precária. “Hoje a tecnologia chegou também ao meio rural por meio de robôs na produção e o nosso setor é o que menos sofreu nessa pandemia, porque produzimos alimento. Não fomos atingidos tão gravemente quanto o industrial e comercial. No entanto, com a falta de internet no meio rural, temos dificuldade de levar formação ao nosso produtor. Temos mais de 70 cursos a distância”, relatou. O presidente da FIESC colocou as equipes da Federação à disposição para pensar em soluções para o entrave.
O secretário de estado da Educação, Natalino Uggioni, destacou que 1,6 milhão de catarinenses estão estudando em SC, desde a educação infantil até o ensino médio, o que representa 22% da população. “No ensino médio, são 205 mil estudantes, significa que muitos dos postos criados no setor produtivo serão ocupados por estes jovens e o nosso desafio é preparar mentes cada vez mais criativas para a economia de Santa Catarina”, disse. O secretário destacou ainda iniciativas na qualificação de jovens para o setor de tecnologia, no ensino do empreendedorismo e na inclusão da cultura maker nas escolas da rede pública estadual.
Lucia Dellagnelo, presidente do Centro de Inovação para Educação Brasileira, destacou a educação como um vetor transversal para o desenvolvimento e sugeriu estudo sobre a condição atual da qualificação do trabalhador (na ativa ou desligado). “O começo dessa nova fase do Movimento deve ser um diagnóstico do trabalhador porque isso pode guiar as trilhas de aprendizagem para aumentar a competitividade e a capacidade de inovação”, apontou.
::: Travessia
Durante a reunião, os conselheiros conheceram também o Programa Travessia que realiza no próximo dia 3 o segundo fórum de debates com a participação do novo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord de Faria, além do secretário de estado da Fazenda, Paulo Eli, do presidente do Conselho de Administração da WEG, Décio da Silva, e do economista José Augusto Fernandes, ex-diretor da CNI. Inscreva-se gratuitamente para acompanhar.
A iniciativa da FIESC visa auxiliar Santa Catarina a vencer a crise provocada pela pandemia, com impactos econômicos, sociais e institucionais. O programa atua em quatro frentes: reinvenção da indústria e da economia, investimento em infraestrutura, atração de capital e pacto institucional.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina