Blumenau, 14.9.2015 – O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, disse nesta segunda-feira (14), em Blumenau, que as medidas anunciadas pelo governo agravam o cenário econômico. “O pacote aumenta a já elevada carga tributária. A CPMF já foi rejeitada pela sociedade”, afirmou, lembrando que a promessa de que o tributo será temporário tem pouca credibilidade. “Antes ela também seria provisória e durou mais de dez anos. A redução do Reintegra, que devolvia recursos ao exportador, vai contra o discurso do próprio governo de estimular as exportações”, disse Côrte durante evento do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Blumenau e Pomerode (Simmmeb).
Côrte também reagiu à pretensão de reduzir em 30% a contribuição ao Sistema S, que é administrado pela iniciativa privada de setores como indústria, comércio, agropecuária e transporte, mantendo serviços de formação profissional e de atendimento ao trabalhador por meio de entidades como SENAI, SESI, SENAC, SESC, SENAR e SENAT. “Se de fato implementado, esse corte vai afetar os serviços prestados nas áreas de educação e atendimento social ao trabalhador. É uma interferência despropositada em recursos do setor privado, já que a contribuição que mantém o Sistema S é paga pelas empresas”, disse. “Estranhamos e consideramos uma ousadia do governo, que tem como mote ‘Pátria educadora’, tomar uma medida que afeta um sistema que funciona bem e aplica com qualidade os recursos no atendimento social e na formação do trabalhador”, completou.
O presidente da FIESC também falou sobre a infraestrutura deficiente, citando o estudo divulgado nesta segunda pela FIESC a respeito da BR-470 (clique aqui pare ler) e disse que o Estado não pode aceitar a prorrogação das obras para 2022. “É inaceitável e injustificável. O Estado, e não só a região, tem que se insurgir contra isso”, afirmou, lembrando que a obra é fundamental para o desenvolvimento catarinense e registra elevado nível de acidentes e mortes.
Além disso, acrescentou, o Plano Plurianual anunciado pelo governo não prevê qualquer recurso para Santa Catarina nas áreas ferroviária, de aeroportos e portos, enquanto os Estados vizinhos foram contemplados. “Como se justifica que Santa Catarina, um Estado pequeno, mas com uma economia forte, possa ser tratado dessa forma? Isso vai exigir uma grande união do governo estadual, dos governos municipais, dos parlamentares catarinenses e da sociedade para reagir a esse tratamento injusto”, disse. Na próxima quarta-feira, a FIESC participará de reunião no Ministério dos Transportes com o Fórum Parlamentar Catarinense para discutir a infraestrutura estadual.
CPMF já foi rejeitada e proposta de reeditá-la indica descompasso com a sociedade, afirmou o presidente da entidade