Florianópolis, 13.5.2016 – O alto custo da logística reversa desafia a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei federal que determina regras para o destino do lixo produzido no Brasil. “Foram 21 anos de debates e ainda assim ela saiu com uma série de imperfeições. Há no Brasil um problema de harmonização de legislações. Há leis estaduais e municipais editadas antes que conflitam com a política nacional. E isso é um problema sério”, afirmou o analista de políticas e indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wanderley Coelho Baptista. Ele ministrou palestra durante o seminário “A indústria e os resíduos sólidos”, promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta sexta-feira (13), em Florianópolis.
A logística reversa é o retorno à cadeia produtiva dos materiais descartados após o consumo, com a finalidade de reciclar e reaproveitar. Para que esse processo funcione, todos os atores da cadeia produtiva têm responsabilidades, inclusive os consumidores. Baptista explicou que a indústria tem negociado acordos setoriais para estruturar a logística reversa em suas atividades, no entanto, segmentos como o de embalagens têm enfrentado desafios maiores. Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) estima que só para estruturar o sistema do setor são necessários cerca de R$ 12 bilhões. Além disso, o custo de operação do sistema é de aproximadamente R$ 7 bilhões anuais.
“A logística reversa só faz sentido se tivermos baixo impacto ambiental, sustentabilidade financeira e inclusão social. A particularidade da lei brasileira é a introdução das cooperativas e associação de catadores aos processos da gestão de resíduos sólidos”, completou Wanderley.
Na abertura do encontro, o diretor de desenvolvimento institucional e industrial da FIESC, Carlos Henrique Ramos Fonseca, e o presidente da Câmara de Qualidade Ambiental da entidade, José Lourival Magri, destacaram que o seminário é uma ação do Plano de Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense e que a instituição tem monitorado o tema.
Dâmi Cristina Radin
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