Florianópolis, 29.10.2020 – O terceiro e último dia das oficinas que debateram os corredores logísticos catarinenses abordou nesta quinta (29) a carência de recursos para a infraestrutura de transportes no estado. O Orçamento Geral da União previu a liberação de R$ 507 milhões em 2020, tendo sido executados 76%. No entanto, cálculos da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) apontam a necessidade de investimentos da ordem de 1,7 bilhão de reais. É uma situação que se repete ano após ano, tendo em vista que nos últimos dez anos, foram destinados à infraestrutura do estado R$ 5,2 bilhões, o que corresponde a apenas 48,3% dos R$ 10,7 bi previstos. Por isso, a FIESC entende como fundamental a concessão das rodovias, como forma de ampliar os investimentos. Outro tema abordado foi o trecho litorâneo de Santa Catarina.
Assista a oficina desta quinta-feira
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, ressaltou que “os investimentos em infraestrutura estão muito abaixo do desempenho econômico que Santa Catarina vem registrando, muito acima da média nacional”. Diante das restrições orçamentárias do governo em realizar investimentos em infraestrutura, Aguiar defendeu maior participação da iniciativa privada, por meio de concessões. “É mais barato para a sociedade pagar o pedágio em função das melhorias que serão proporcionadas do que trafegar em rodovias nas condições atuais”, disse.
Aguiar afirmou ainda que o corredor litorâneo é estratégico para o setor produtivo em Santa Catarina. “Precisamos tomar medidas paliativas e corretivas, fazer obras complementares, para que a BR 101 tenha melhores condições de trafegabilidade para os veículos e segurança para o usuário. Isso impacta nos setores industrial, de serviços, de turismo; há um grande prejuízo para Santa Catarina se nós, urgentemente, não tomarmos medidas de melhoria de fluxo na BR-101”, observou.
Egidio Martorano, secretário-executivo da Câmara para Assuntos de Transporte e Logística da FIESC, afirmou que o eixo litorâneo está ‘agonizando’ e deve ser foco de todos os esforços catarinenses. “Não consideramos a BR-101 uma rodovia, mas sim um corredor multimodal pela sua importância. Necessitamos resolver os entraves relacionados aos ajustes econômico-financeiro das obras que não estavam previstos nos contratos. Só o contorno [de Florianópolis] já não basta. Há muitas empresas que estão no entorno desse corredor, importantes para a corrente comercial de Santa Catarina”, lembrou.
O superintendente do DNIT, Ronaldo Carioni, destacou que o investimento realizado nas obras de infraestrutura viabiliza a sua construção e promove o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). “Esse deve ser o nosso principal argumento na defesa dos investimentos”, disse.
O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Ari Rabaiolli, citou estudo que a entidade realizou em parceria com a Unisul, o qual aponta elevação de 12,77% no valor do frete e de 30,45% no custo operacional das transportadoras em decorrência das restrições de trafegabilidade na BR-101. Outro estudo, em parceria com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), indica que em 2018 havia uma demanda de R$ 54 bilhões na infraestrutura de Santa Catarina, sendo R$ 22,6 bi no segmento rodoviário.
O secretário de estado da Infraestrutura, Thiago Vieira, relatou ações do governo no restabelecimento do pavimento em 92,31% dos trechos citados como “Maus/Péssimos” em pesquisa realizada no ano de 2017; aumento da malha rodoviária pavimentada em cerca de 200 quilômetros e intervenção em projetos em 1,8 mil quilômetros de rodovias estaduais.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina