Acesse a cobertura fotográfica do evento no Flickr da FIESC.
Florianópolis, 18.05.2015 - As empresas brasileiras estão cada vez mais conscientes da necessidade de investir na saúde e segurança de suas equipes de trabalho e no ambiente laboral, destacou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, durante a abertura do Global Healthy Workplace Award & Summit, realizada nesta segunda-feira (18), em Florianópolis. O industrial afirmou que, "ao incorporar esta diretriz no modelo de gestão, as indústrias obtêm resultados extremamente positivos, com reflexos surpreendentes na produtividade e no bem-estar dos trabalhadores". Para ele, "os trabalhadores são o principal diferencial para a qualidade e a competitividade nos negócios".
Côrte alertou também que um dos principais desafios para a produtividade das empresas brasileiras nos próximos anos está no envelhecimento dos trabalhadores, causado pela mudança do perfil populacional.
"Este fenômeno representa um imenso desafio. Como garantir a saúde e a produtividade de uma geração de profissionais com mais idade? Estudos indicam que a capacidade de trabalho resulta de um equilíbrio entre os recursos individuais e os tecnológicos. Ela depende de condições de saúde, nível de qualificação, valores, ambiente de trabalho e gestão de lideranças. Estamos preparados para esses desafios? Quanto tempo ainda teremos para nos adaptar a essa nova realidade?", questionou o industrial.
"A pirâmide demográfica brasileira está em uma profunda transformação. Nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, o movimento demográfico de redução do tamanho médio das famílias, de quatro para dois filhos, levou 125 anos. No Brasil, este movimento aconteceu em apenas 25 anos", corroborou Rafael Lucchesi, diretor-geral do Serviço Social da Indústria (SESI).
Hoje, de acordo com Lucchesi, são perdidos no Brasil 35 milhões de dias de trabalho por ano em decorrência de problemas de saúde. Além disso, 120 mil trabalhadores devem se afastar de seus postos em 2015. Destes, apenas cerca de 15 mil devem se reabilitar para exercer suas funções. "Temos um fluxo crescente de afastamentos e falta uma infraestrutura voltada para o processo de reabilitação", afirmou Lucchesi, lembrando que o SESI tem buscado interlocução junto ao governo para participar da criação desta infraestrutura.
Ainda de acordo com Lucchesi, os gastos das empresas com problemas de saúde de seus trabalhadores somaram US$ 23,7 bilhões entre 2010 e 2014. Entre os itens da folha de pagamento, as despesas com planos de saúde estão em segundo lugar. Apenas no ano passado, estes custos subiram 18%, três vezes acima da inflação do período,
Aspectos subjetivos - Além de elementos objetivos, questões subjetivas, como as emoções, também influenciam o bem-estar e a produtividade do trabalhador. Para Andew Rzepa, consultor-sênior do Gallup, cinco fatores podem ser apontados como fundamentais. Além da questão objetiva da saúde, ele destaca a satisfação com o trabalho desenvolvido, a boa gestão de sua vida econômica, o desenvolvimento de uma boa rede de amigos e a satisfação com o lugar onde se mora.
Ele alerta que apenas 17% da população mundial se dedica a melhorar pelo menos três destes fatores. Como exemplo, citou pesquisas que mostram que os trabalhadores desengajados têm qualidade de vida tão ruim quanto os desempregados. "É preciso entender e atacar as barreiras que evitam o engajamento destes trabalhadores", defende Rzepa.
Neste cenário, mais empresas vêm adotando estratégias de promoção do bem-estar do trabalhador nos últimos anos. De acordo com Barry Hall, consultor da Xerox, 62% das empresas mundiais implementam programas neste sentido há menos de cinco anos.
Cases - Além de debater os desafios e potencialidades do setor, o evento premia as melhores ações mundiais de qualidade de vida. Dentre as finalistas na categoria pequeno e médio portes estão a Lan Spar Bank, da Dinamarca, e a Naya Jeevan, do Paquistão.
A Lan Spar Bank, um banco de 400 funcionários, implantou o programa “Banco em Movimento”, com o objetivo de aumentar a receita, satisfazer os clientes, ter colaboradores felizes desempenhando suas respectivas funções e redução de absenteísmo. A tática para alcançar essas metas foi fazer com que todas as lideranças apoiassem a inciativa, que se tornou estratégica dentro da empresa. “Pessoas felizes quando reunidas encontram boas soluções mais rapidamente. A implantação do programa melhorou o ambiente organizacional”, afirmou o vice-presidente executivo da Lan Spar Bank, Keld Thornaes, complementando que após a implantação do programa a produtividade da empresa subiu, o absenteísmo reduziu de oito para 3,9 dias e os colaboradores passaram a adotar um estilo de vida mais ativo e saudável.
A Naya Jeevan, empresa que se dedica a rejuvenescer vidas de família de baixa renda do Paquistão, propicia assistência médica de qualidade a preço acessível, por meio de um exclusivo modelo de seguro de saúde, integrado a um ecossistema de serviços socioeconômicos. A empresa adotou algumas medidas para que seus colaboradores tivessem mais qualidade de vida. Os trabalhadores deveriam mirar e entender os objetivos de saúde a que estão dispostos a alcançar, passar por uma avaliação de saúde a cada trimestre, receber o acompanhamento de um profissional, disseminar o conhecimento adquirido, utilizar um cartão de débito para compra de medicamentos e vitaminas, além de engajar-se na iniciativa.
Global Healthy Workplace - Esta é a terceira edição do evento, que já foi realizado na Inglaterra e na China. Além dos debates com conferencistas internacionais e participantes oriundos de 50 países, o Global Healthy conta com a premiação de iniciativas empresariais que melhor promovem a qualidade de vida do trabalhador em âmbito internacional. As finalistas, nas três categorias, são a Chevron (EUA), GlaxoSmithKline (Inglaterra), Unilever-Brasil, Universidade Vanderbilt (EUA), Lan Spar Bank (Dinamarca) e Naya Jeevan (Paquistão).
Fábio Almeida
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Avaliação foi feita na abertura do evento mundial de saúde no trabalho pelo presidente da FIESC, Glauco José Côrte, que também destacou o envelhecimento da população como um desafio para empresas