Florianópolis, 29.02.2024 - Estudantes da Escola SESI de Lages desenvolveram um software que adapta o piano para o uso de pessoas com deficiência. Chamado de “Música Terapia”, o projeto é um dos que estão sendo apresentados em Brasília, no Festival SESI de Educação, que segue até sábado, dia 2. Ele é resultado do trabalho multidisciplinar, realizado com os estudantes para o Torneio SESI de Robótica FIRST Lego League (FLL).
Composta por seis integrantes, a equipe se dedicou a desenvolver uma solução inovadora no campo da inclusão, focada na música. Por meio do sistema de gameficação, o projeto une o teclado mecânico a um software para ajudar pessoas com autismo, TDAH ou deficiência intelectual a tocar o instrumento. “O projeto foi testado e aprovado por alunos da APAE, psicólogos, neuropsicólogos, estudantes e professores”, conta o docente João Moderno, que treina o time. O protótipo do piano, já considerado um produto, foi desenvolvido em parceria com a Fritz Dobbert, maior fábrica de pianos da América Latina, que adaptou o piano para ser usado por crianças com deficiência.
Simone Padilha, psicóloga e mãe do Saimon Padilha de Liz Passos, que tem autismo leve e integra a equipe Robobaio de Lages, está acompanhando o filho no evento em Brasília. “Vê-los trabalhando em equipe, se divertindo, fazendo amizade com outras equipes, isso é enriquecedor. Com todas as dificuldades que ele tem de enfrentar, como barulhos e multidões, posso afirmar que ele tem se superado porque ele ama robótica”, conta Simone. O jovem recebeu treinamento específico para que ele pudesse viajar de avião e interagir com os mais de 2 mil estudantes que participam do torneio. “Como mãe, fico feliz em saber que esse evento proporciona coisas maravilhosas e que serão fundamentais para o futuro deles”, completa.
Prevenção do Alzheimer
Outro projeto de inovação é a Biblioteca de Memória (BIME), que visa prevenir e retardar a doença de Alzheimer. Os ‘kits BIME’, que serão produzidos em parceria com a Gráfica Rocha, são estímulos cognitivos e vão incluir acessórios para técnicas como pintura. “O kit traz um manual de instruções com a reprodução de obras de Cândido Portinari, que remetem à infância e estimulam a memória. As obras são para inspirar a pintura dos retalhos em algodão cru que acompanham o kit, além das cores primárias e lápis de cor aquarelável”, detalha Jandira Saiba, docente técnica da equipe.
SC nas outras modalidades
Os catarinenses estão presentes no Festival SESI de Educação também nas modalidades de FIRST TECH Challenge (FTC), FIRST ROBOTICS Competition (FRC) e F1 in Schools.
Na FTC, os robôs são construídos a partir de kits básicos e podem utilizar outros materiais como acrílico, MDF, impressoras 3D e peças de metal. As três equipes catarinenses (Blumenau, Concórdia e Criciúma) que participam desta categoria disputam vagas para o mundial de Houston 2024.
Já na FRC os estudantes utilizam robôs de tamanho industrial para competir em um jogo de arena, por meio de alianças formadas com outras equipes. Os robôs pesam até 54 kg e 1,5 metro de altura. É o mais próximo ao mundo real da engenharia que os estudantes podem chegar. Equipes de Blumenau e de Joinville também disputam vagas para o FIRST CHAMPIONSHIP, em Houston (EUA).
No programa F1 in Schools, a Escola SESI participa com três equipes de Criciúma, Florianópolis e São José. O desafio é reproduzir a realidade da Fórmula 1, idealizadora da competição, em que equipes criam e projetam um carro que vai competir em uma pista de corrida miniatura. Além disso, os estudantes precisam formar uma escuderia, buscar patrocínio e criar um projeto social. A disputa vale vaga para o mundial que ocorre no segundo semestre deste ano em local ainda a ser definido.
Assessoria de Imprensa
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