Belo Horizonte, 04.9.2014 - Transformar um problema em uma solução, o que era um custo passa a ser um ganho econômico. É assim que a pesquisadora Rosaura Picoli, do Instituto SENAI de Tecnologia em Materiais, de Criciúma, descreve o resultado de uma pesquisa que começou a fazer em 2008. Do rejeito de lavanderias, que exige um tratamento antes de ser descartado em ambiente especial, a equipe de pesquisadores do SENAI/SC, entidade da FIESC, gerou um fertilizante ecológico e sustentável. O invento é um dos 50 projetos ou processos inovadores que estão expostos na Mostra Inova SENAI, evento paralelo à Olimpíada do Conhecimento, realizada durante esta semana em Belo Horizonte-MG.
Santa Catarina participa com quatro inovações. Além do fertilizante, estão em exposição os serviços de P&DI para tração elétrica (um carro elétrico), do Instituto SENAI de Tecnologia em Eletroeletrônica, de Jaraguá do Sul; o Multianalisador Portátil de Efluentes (uma sonda multiparâmetros para análise de água), do Instituto SENAI de Automação e TIC, de Florianópolis, e o Torno Mecânico Virtual, da unidade da instituição em Tubarão.
O desenvolvimento do fertilizante surgiu de um problema levado ao SENAI pelas lavanderias de Criciúma, por meio da Associação das Micro e Pequenas Empresas. As lavanderias precisam tratar a água que utilizam e do processo resta uma borra, composta por restos de algodão, pedra, pigmento, goma, sabões e detergentes. Essa borra é levada a um aterro industrial, em Blumenau, tudo isso gerando custos.
"Analisamos o composto e identificamos a presença de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), elementos presentes em fertilizantes", explica Rosaura. A partir daí, a equipe passou a realizar pesquisas para adequar a formulação do novo produto, de maneira a se adequar à nova proposta e padronizar o produto. Além de resolver o problema das lavanderias, o projeto reduz a necessidade de mineração para a obtenção dos elementos fertilizantes. Rosaura observa um grande potencial para o novo produto, pois, conforme estudos que realizou, no Brasil existem mais de 6 mil lavanderias de médio e grande porte.
A sonda multiparâmetros é outro exemplo de uma solução que contribui para o desenvolvimento empresarial. O produto foi desenvolvido para a Alfakit, de Florianópolis, empresa especializada na produção de kits e equipamentos para análise de águas e efluentes. A participação na Mostra Inova SENAI também representa o lançamento no mercado do Multianalisador Portátil, revela Léo de Oliveira, proprietário da Alfakit. A sonda reúne um conjunto de análises que hoje são realizadas por outros quatro equipamentos. São análises em 13 parâmetros de água e efluentes industriais (oxigênio dissolvido, conectividade, pH, temperatura, turbidez, salinidade, potencial redox, saturação, pressão atmosférica, transparência Secchi, resistividade, sólidos dissolvidos e gravidade específica). Este é o terceiro equipamento desenvolvido pelo SENAI em Florianópolis para a Alfakit. "Temos 300 produtos em nosso portfólio, mas estes três produtos nos permitem elevar em 20% o faturamento, além de nos permitir avançar para novas áreas como biocombustível, medicina e agronegócio", afirma Oliveira.
O desenvolvimento de inversores de frequência, sistemas de gerenciamento de baterias e conversores de tensão para um carro elétrico (projeto em parceria com a Weg, de Jaraguá do Sul) gerou uma expertise e um modelo de negócio para o Instituto SENAI. Hoje 80% das ações do novo instituto estão relacionadas a tração elétrica.
O Torno Mecânico Virtual é um simulador 3D desenvolvido na plataforma Unity com integração do hardware kinect. A solução se destaca pela alta interatividade - o usuário utiliza métodos de interação baseados em gestos a fim de trazer aspectos da realidade ao simulador. Com a inovação, é possível inibir riscos de acidentes de trabalho, treinando o torno mecânico de forma segura.
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