Joinville – 13.11.2015 – O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, afirmou que a “inovação é condição imperativa para aumentar a competitividade, o acesso a mercados e a produtividade”. Ele proferiu palestra no 5º Congresso Internacional de Conhecimento e Inovação, promovido pela Sociesc, em Joinville, nesta sexta-feira (13). Na opinião dele, inovar exige agenda convergente, atuação em rede e engajamento de todos os parceiros.
O ranking de inovação do Fórum Econômico Mundial coloca o Brasil na 84ª posição entre 144 países avaliados. No Brasil, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento em relação ao PIB é de 1,24% ao ano. No entanto, em economias inovadoras, esse percentual é de 2,5%.
Aos presentes, Côrte apresentou a agenda de prioridades da FIESC para avançar em tecnologia e inovação e defendeu a educação como a número um. O presidente da entidade disse que é preciso fortalecer parcerias entre empresas, instituições de ensino e governo; incentivar a inserção de mestres e doutores na indústria; alinhar currículos às demandas do setor, além de alterar critérios de avaliação dos pesquisadores da Capes. Também defendeu o aumento da formação de engenheiros – no Brasil, há 31 engenheiros para cada 100 mil habitantes, enquanto na Alemanha essa proporção é de 90, e na Coreia do Sul 188.
Côrte salientou que, nos últimos anos, está se consolidando “uma visão diferente do industrial catarinense que está investindo muito mais em inovação do que no aumento da produção. São novos processos, novos produtos, investimentos na melhoria da qualidade e na eficiência dos processos, portanto, é um fato positivo a respeito da indústria catarinense”, afirmou o presidente da FIESC.
O empresário voltou a defender o fortalecimento da indústria como forma de garantir o crescimento econômico dos países. Ele citou os exemplos de países como Espanha e Grécia, que voltaram a crescer, e dos Estados Unidos, que apresentam taxas relevantes de crescimento da economia. Esse desempenho, segundo ele, “em boa parte ocorre em função dos programas de industrialização que esses países vêm promovendo”.
O presidente da FIESC também apresentou a rede de Institutos SENAI de Inovação e Tecnologia em Santa Catarina e o Instituto SESI de Inovação em Tecnologias para a Saúde.
Côrte participou de painel com o presidente do Movimento Brasil Eficiente, Carlos Rodolfo Schneider, que tratou da baixa competitividade brasileira. “O Brasil é mais caro para produzir do que a Alemanha, Suécia, Japão, Reino Unido e, nem se fala, China, México e Indonésia. É mais barato produzir no México do que na China”, afirmou. Entre os aspectos que afetam a competitividade brasileira citados por Schneider estão a complexidade e a elevada carga tributária. “Temos uma favela tributária, cheia de puxadinhos. Gasta-se 2,6 mil horas por ano para pagar impostos e comprovar que os pagou”, disse. O empresário salientou que o Brasil tem um dos menores retornos de impostos do mundo. “O gasto público não deve aumentar mais do que a geração de riqueza no Brasil. É preciso aumentar a eficiência do gasto público, e assim poderemos reduzir a carga tributária, ampliar os investimentos e melhorar a qualidade do serviço público”, afirmou o presidente do Movimento Brasil Eficiente. “O Brasil precisa de ajuste fiscal e não desajuste”, completou. Ao destacar a atuação da FIESC em defesa da educação, Schneider disse que o Brasil não investe pouco em educação e sim investe mal.
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