Estudo recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que apenas 6% dos executivos brasileiros consideram a indústria nacional muito inovadora. Para 49% dos entrevistados, o grau de inovação é baixo ou muito baixo.
A percepção revelada pela pesquisa merece reflexão, principalmente se levarmos em conta que a inovação está diretamente ligada ao grau de competitividade de um negócio e à sua capacidade de se manter sustentável, ainda que em cenários políticos e econômicos desfavoráveis.
Esse contexto ganha ainda mais importância quando se trata de micro e pequenas empresas (MPEs), responsáveis hoje por mais de 27,5% do PIB brasileiro. Indicadores do Sebrae apontam que quase 50% dos micro e pequenos negócios fecham as portas antes de completar dois anos de existência.
As dificuldades envolvem limitações de crédito, de gestão e de infraestrutura, entre outros pontos. Para auxiliar a enfrentar esses problemas, há uma estratégia muito eficaz para todos os portes e perfis de negócios: a inovação.
E quando se fala em inovação, é comum que se faça uma associação automática do conceito com a aquisição de tecnologias. Mas inovar abrange muito mais do que a adoção de recursos tecnológicos, compreendendo qualquer mudança que tenha como objetivo deixar o negócio mais alinhado às necessidades do mercado, de modo a alcançar resultados mais satisfatórios.
Sendo assim, inovar vai do aperfeiçoamento de processos e da criação de produtos diferenciados a novas sistemáticas de relacionamento com o cliente, por exemplo. Ações simples e que não estão diretamente relacionadas ao produto final também podem significar inovação e influenciar toda a cadeia produtiva.
Ciente da importância da inovação, ainda assim não é fácil para uma empresa identificar o potencial existente no seu negócio. Nesse sentido, a capacitação empresarial é uma importante ferramenta, pois auxilia diagnósticos e a tomada de decisões, facilitando mudanças. A busca pela inovação pode, portanto, ser o primeiro passo para um novo patamar de competitividade de uma micro e pequena empresa e para sua sustentabilidade em um mercado cada vez mais dinâmico e exigente.
É importante destacar ainda que a sobrevivência das micro e pequenas empresas é de interesse de toda a sociedade. Só em Santa Catarina elas representam 35% do PIB e são responsáveis por 52% dos empregos com carteira assinada. E quando o cenário externo é desfavorável, mais do que nunca o caminho é olhar para dentro e achar meios para crescer, apesar da dificuldade.
Por tudo isso, a inovação precisa ser encarada pelo empresário como oportunidade de crescimento e superação. Para trilhar este caminho, é preciso estar atento ao mercado e aberto a mudanças e a novas ideias. E nesse sentido, o Sebrae/SC posiciona-se como aliado da micro e pequena empresa e possui diversas iniciativas que são capazes de auxiliar o empresário nessa busca pela inovação.
Carlos Henrique Ramos Fonseca
Diretor superintendente do Sebrae/SC
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Diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca, destaca a importância da busca pela inovação