Em evento na FIESC, Julio Damião destaca que mudanças geopolíticas, tecnológicas e consumidores cada vez mais conectados demandam mais agilidade na tomada de decisão

Florianópolis, 11.12.25 - Em um cenário global de incertezas e rápidas mudanças, em que a guerra tarifária está tornando produtos mais caros em todos os países, as indústrias brasileiras precisam estar preparadas para competir em mercados mais tecnológicos, por consumidores cada vez mais conectados. A avaliação é de Julio Damião, especialista em negócios e finanças e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-MG) que participou do Seminário de Economia Internacional realizado nesta quinta-feira (11) na Federação das Indústrias de SC (FIESC). De acordo com ele, a China está se tornando ainda mais competitiva. E para que as indústrias consigam elevar sua participação no mercado internacional, ele sugeriu que avaliem seriamente parcerias com empresas do país asiático.

 “Não devemos esquecer dos Estados Unidos, é um mercado enorme. Mas minha recomendação é que vocês almocem nos EUA e jantem na China”. 

Alianças estratégicas com a China serão relevantes na medida em que o país tem feito enormes investimentos em tecnologia, automação e inteligência artificial, afirmou Damião. A relevância dessas parcerias pode ser evidenciada, segundo ele, com os movimentos do setor automotivo global. Diante da concorrência acirrada com os chineses, mais produtivos, as grandes fabricantes mundiais se aliaram para fabricar automóveis competitivos globalmente.

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Indústria de SC precisa estar cada vez mais conectada globalmente, diz FIESC. (foto: Fabrício de Almeida)



O 1º vice-presidente da FIESC, André Odebrecht, destacou que o comércio internacional move as ações da indústria de Santa Catarina desde seu princípio. “Precisamos estar mais conectados e presentes, diante dos movimentos geopolíticos”, concluiu. Na avaliação de Damião, o tarifaço e os recentes movimentos geopolíticos nos mostram que será preciso desaprender tudo o que sabemos para ser competitivos no futuro.

“As decisões que nos trouxeram aqui não são as mesmas que vamos precisar tomar para os próximos três anos.”

Recomendações
Ele recomendou que os empresários planejem os próximos anos focando em responder duas variáveis essenciais do negócio, e centralizem as ações respondendo essas duas questões: o que me deixa mais competitivo e o que me tira competitividade. 
Estar atento a mudanças como o impacto da inteligência artificial, especialmente os efeitos sobre as receitas, custos e competitividade foi outra recomendação do especialista. 

Damião destacou ainda que as indústrias enfrentam um desafio adicional, já que a qualidade dos produtos deixou de ser diferencial e passou a ser pré-requisito. “O produto passou a ser a porta de entrada para atingir o cliente. É preciso ficar atento a outras possibilidades de receitas para o seu negócio, dentro do conceito da experiência do cliente”, explicou. Ele citou a estratégia da Ford, que reduziu a fabricação de veículos no Brasil, mas elevou seu resultado no país. Isso porque passou a oferecer uma plataforma de serviços que cria comodidade, confiabilidade e conexão com o cliente em mais pontos de contato. 

“Hoje, o maior risco das empresas não é produto ou capacidade financeira, é a inércia diante das mudanças”, resumiu.

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação

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