Florianópolis, 30.8.2023 - Diante dos entraves para a aprovação do acordo Mercosul-União Europeia, representantes de indústrias defenderam a realização de acordos bilaterais para que o Brasil possa conquistar mais mercados no exterior. André Odebrecht, da Cassava, de Rio do Sul, e Dilvo Casagranda, da Aurora Coop, de Chapecó, debateram o tema em seminário, promovido pela Assembleia Legislativa (ALESC), que discutiu o Tratado de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia. O evento foi realizado nesta quarta e quinta-feira, em Florianópolis.
Odebrecht, que também é vice-presidente da FIESC para o Alto Vale do Itajaí, disse que a Cassava, que tem 70 anos de história e fabrica produtos a partir do amido de mandioca, exporta desde o primeiro dia. “Temos buscado cada vez mais atuar com produtos de valor agregado, por isso, o mercado europeu é muito importante para nós. Mas por conta da falta de acordo do Brasil com a Europa, temos uma taxação alta, o que inviabiliza a exportação”, explicou, destacando que a Tailândia, que tem acordo bilateral com a Europa, exporta sem a taxação cobrada das empresas brasileiras. Hoje um mercado importante para a Cassava é o norte-americano, que é livre de taxação para produtos de amido de mandioca.
Dilvo Casagrandra, gerente de mercado internacional da Aurora, disse que o tratado Mercosul é importante, mas não acontece. “Os negócios no mundo estão acontecendo na Ásia. Há necessidade de se realizar acordos bilaterais, mas o Brasil não consegue fazer avançar”, disse. Em sua apresentação, ele destacou que as estimativas são de um crescimento populacional maior na Ásia até 2050, o que abre mais oportunidades para o Brasil. Ele informou que a Aurora teve um crescimento expressivo nos últimos 15 anos, muito puxado pela exportação.
André Odebrecht, da Cassava, e Dilvo Casagranda, da Aurora, participaram de painel em seminário, promovido pela ALESC, que discutiu o Tratado de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia