Indústrias compartilham experiências e desafios

Florianópolis, 16.8.2023 - Industriais dos setores de alimentos e bebidas, metalurgia e metalmecânico e têxtil e vestuário compartilharam experiências e desafios durante o encontro “Insights e metodologias para o crescimento de sua empresa”. Eles destacaram o protagonismo do consumidor, a importância de ouvir o mercado e de firmar parcerias estratégicas. O encontro foi realizado pela FIESC, em Florianópolis, nesta quinta-feira, dia 17, com a participação dos especialistas Fausto Stefani, que abordou cenário econômico, e Marcelo Mânica, que trouxe metodologias de vendas.   

A CEO Grupo Jurerê e presidente da Câmara da Indústria de Alimentos e Bebidas da FIESC, Micheli Poli Silva, disse que pensar fora da caixa e mudar a estratégia das operações da empresa é muito importante. “Temos muitas oportunidades. Santa Catarina nos proporciona a integração produtiva e temos um parque de desenvolvimento, inovação e tecnologia muito grande, principalmente na área de alimentos e bebidas”, disse, ressaltando que há possibilidade de expandir as vendas tanto no mercado local quanto externo. “A nossa empresa é familiar, completamos 80 anos e somos a terceira geração à frente das operações. Nos anos de 2017 e 2018, vínhamos num movimento de crescimento grande e a gente precisava de investimentos e o nosso caixa foi reduzindo. Então passamos por momentos difíceis, mudamos a gestão financeira para ter um colchão de liquidez e reduzimos os estoques com um giro de 45 dias”, explicou.

O CEO da Cassava S/A e Bovenau, André Odebrecht, que também preside a Câmara da Indústria Metalmecânica da FIESC, destacou que, nos últimos tempos, os negócios foram, de forma geral, repensados. “As estruturas desde a pesquisa e o desenvolvimento, a produção e os canais de mercado foram transformados, o que gerou oportunidades interessantes. Depois desse movimento, as nossas empresas estão mais bem preparadas para competir e enxergar o futuro com otimismo”, disse. Ele destacou como exemplo o case da Bovenau, empresa do setor metalmecânico de Rio do Sul. “Fizemos uma revisão do modelo de negócios, atuando de forma diferenciada no modelo de revendas. Focamos em fazer atendimentos mais direcionados, entendendo melhor o que o mercado quer. Essa mudança de mentalidade, que parece básica, fez com que aumentássemos três vezes o nosso faturamento de 2020 a 2023. Os modelos que nos trouxeram até determinado momento não são os mesmos que nos levarão para o futuro”, afirmou. Ele destacou ainda que a empresa também ingressou no mercado agrícola, que tem um bom potencial de crescimento. 

Giuliano Donini, CEO Marisol S.A, e presidente da Câmara da Indústria Têxtil, Confecção, Couro e Calçados da FIESC, destacou que o segmento é o maior empregador da indústria catarinense, com quase 180 mil trabalhadores com carteira assinada. “Santa Catarina tem a cultura desse setor, que tem concentrações em algumas regiões”, salientou. Ele observou que a elevação da produtividade é um dos grandes desafios da atividade, assim como ampliação da integração da cadeia produtiva. “Temos vivido uma nova realidade, com o poder na mão do consumidor, o que tem exigido a adaptação das empresas de forma rápida”, ressaltou. Ele também apresentou o case da Marisol, de Jaraguá do Sul. “De uma companhia que está com 59 anos e é conhecida como uma indústria de roupas de criança, a gente começou a redesenhar o negócio, pensando um pouco nas mudanças dos modelos organizacionais de outros setores. Por isso, é super oportuno momentos como esses de reunir os segmentos porque outros exemplos ajudam muito", disse, destacando o protagonismo do consumidor. "Agora é o consumidor que está no comando e que escolhe o seu próprio caminho. E a nossa função é abrir as portas e os pontos de contato para que ele nos alcance”, afirmou.