Florianópolis, 17.03.2016 – A aguda e prolongada crise política que atinge o Brasil minou a confiança na economia e tornou inviável o planejamento e o investimento por parte das empresas. Este foi um dos principais pontos abordados pelos líderes empresariais reunidos no talk show “Foco Econômico”, realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) nesta quinta-feira (17), em parceria com o jornal Diário Catarinense. Para o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, a crise chegou a um ponto que exige uma solução imediata. “A sociedade precisa ser protagonista, deve se manter mobilizada para que o governo mude”, afirmou.
O industrial destacou que país vive uma profunda crise de governança. “Estamos há 15 meses sem nenhuma medida, inciativa ou proposta do governo no sentido de ajudar na recuperação da economia. Pelo contrário, o que o governo encaminhou são medidas que acabam agravando mais a situação de depressão econômica”. Côrte ressaltou a importância uma melhora no ambiente institucional, para que haja um retorno da confiança. “Nossa convicção é que o atual governo, de fato, não tem condições de reverter a situação que nos encontramos”, disse.
Para o presidente do conselho de administração da WEG, Décio da Silva, a sociedade tem sinalizado que a confiança só volta com uma mudança no governo. Neste processo, ele ressaltou que o Brasil é um país democrático e que as instituições devem ser respeitadas.
Na opinião do presidente da Ciser, Carlos Schneider, com algum sinal de mudança no ambiente institucional já é possível iniciar a transformação do Brasil em um país que não seja tão caro de se produzir. “Os empresários vão reagir à uma sinalização”, disse, ressaltando que é preciso pressa, pois o ajuste se torna mais caro com o passar do tempo.
“Torcemos para que este governo, o quanto antes, nos dê um rumo”, disse o presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos, Mário Lanznaster. “Nós queremos trabalhar. Não vamos desistir”, afirmou.
Para além da paralisia causada pela crise política, os industriais apontaram temas a serem trabalhados com urgência. Dados apresentados no evento mostram que os gastos fixos do poder público cresceram acima do Produto Interno Bruto nos últimos anos. Como consequências, foram apontadas a alta taxa de juros e a limitação da capacidade de investimento do governo, que afetou a infraestrutura do País.
Foram defendidos um forte programa de contensão de despesas do governo, o que reduziria a pressão sobre a inflação e as taxas de juros, e a realização de concessões e parcerias público-privadas, que viabilizariam a adequação da infraestrutura às necessidades atuais e futuras.
Côrte também destacou a importância de uma reforma fiscal que não onere ainda mais a iniciativa privada. “Um ajuste que equilibre as contas do setor público e desequilibre as do setor privado não é aceitável”, disse.
Silva ressaltou a necessidade de, devido ao fim do chamado bônus demográfico,realizar uma reforma previdenciária que, entre outras alterações, eleve a idade mínima para aposentadoria. Ele afirmou que, “se a situação da Previdência é crítica hoje, daqui a uma década será muito pior”.
Silva e Lanznaster chamaram ainda a atenção para a importância de se realizar acordos comerciais que impulsionem as exportações para importantes mercados, como o europeu e o americano.
Fábio Almeida
Assessoria de Imprensa da FIESC
48 3231-4674 | 48 9981-4642
fabio.almeida@fiesc.com.br