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Indústria reforça defesa do acordo Mercosul-União Europeia 

Conselho Industrial do Mercosul apresentou relação de medidas prioritárias aos governos do bloco

Florianópolis, 27.11.2023 - Os setores industriais dos países membros do Mercosul apresentaram aos governos, nesta segunda-feira (27), um documento com as medidas prioritárias para a agenda do bloco. A implementação do Acordo de Facilitação de Comércio do Mercosul e a conclusão do acordo entre o bloco sul-americano e a União Europeia estão entre as ações elencadas pelo Conselho Industrial do Mercosul. O grupo é formado pela União Industrial Argentina (UIA), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela União Industrial Paraguaia (UIP) e pela Câmara de Indústrias do Uruguai (CIU).

A declaração conjunta foi apresentada durante o XI Fórum Empresarial do Mercosul, principal evento prévio à cúpula do bloco, promovido pela CNI e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE). O encontro, realizado em meio à presidência temporária do bloco pelo Brasil, foi palco de debate sobre os desafios e as oportunidades em comércio e sustentabilidade, empreendedorismo feminino no Mercosul e integração produtiva no grupo econômico.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, “a conclusão do Acordo de Associação Mercosul-União Europeia é uma oportunidade que não podemos perder se quisermos de fato dar um salto na inserção competitiva das nossas economias".

Prioridades listadas pelo setor industrial

  1. Implementação do Acordo de Facilitação de Comércio do Mercosul
    Assinado em 2019, o acordo deve desburocratizar os procedimentos de exportação, importação e trânsito de mercadorias, reduzindo obstáculos desnecessários que prejudicam os fluxos comerciais intrabloco e impedem o pleno aproveitamento dos benefícios da integração regional. O Conselho acredita em uma iniciativa regional, baseada em um esforço conjunto dos setores público e privado, para promover e criar uma gestão coordenada das fronteiras.
  2. Conclusão do acordo Mercosul-União Europeia
    Há oportunidade de construir uma associação birregional moderna, alinhada com os compromissos internacionais assumidos por cada país no que diz respeito a desenvolvimento sustentável, que contribuirá para aumentar o comércio, favorecer os investimentos e estimular a inovação e a capacidade produtiva.
  3. Promoção da agenda de comércio e sustentabilidade do Mercosul
    Em resposta às medidas de sustentabilidade que podem impactar o comércio internacional, as entidades industriais do bloco apontam que o Mercosul deve intensificar o diálogo e propor ações transversais e coordenadas no âmbito do Grupo Ad Hoc sobre Comércio e Desenvolvimento Sustentável. Também é importante abordar as questões ambientais de forma que não envolva barreiras comerciais e que sejam cumpridos os compromissos globais relativos aos fluxos financeiros para estes fins.
  4. Avanço na convergência regulatória
    É necessário que a integração dos países do bloco avance com critérios comuns, reconhecimento mútuo de certificações, registros e autorizações de produtos, para favorecer a integração produtiva e o comércio, simplificando o cumprimento dos requisitos técnicos e sanitários e reduzindo a burocracia e as formalidades que, em muitos casos, criam obstáculos ao comércio, à logística e à integração das cadeias de valor regionais, especialmente para as pequenas e médias empresas.
  5. Formalização de mecanismo de diálogo formal com o setor produtivo
    Em meio à intensa transformação da economia global, é essencial criar um mecanismo permanente de diálogo entre os representantes da indústria do Mercosul e os governos dos países membros, para promover um amplo debate sobre políticas e fortalecer estratégias que promovam a integração produtiva e a inserção internacional competitiva do setor produtivo.

Acordo Mercosul-UE é prioridade para 78% da indústria

Divulgada pela CNI neste mês, uma consulta com associações empresariais de indústria e empresas brasileiras mostra que o setor privado brasileiro tem agenda para fortalecer e ampliar o Mercosul: 78% das entidades setoriais e 76% das empresas avaliam que, na agenda externa, a prioridade deve ser a conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia. Além disso, o comércio de bens e facilitação de comércio foram os principais temas indicados pelas entidades e empresas para aprofundar e modernizar a agenda intrabloco.

O acordo Mercosul-Canadá também foi apontado como prioridade pela maioria dos respondentes, indicado por 59% das entidades e por 51% das empresas. Ao todo, 104 entidades e 222 empresas brasileiras foram ouvidas sobre as principais ações necessárias ao bloco durante a gestão brasileira. 

Saiba mais: Como o acordo Mercosul-União Europeia pode beneficiar o Brasil 

Com informações da CNI.
 

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