São Paulo, 13.05.2015 – Mesmo em momentos adversos da economia e em cenários de pouco crescimento, a indústria deve investir em inovação para obter resultados positivos e se manter no mercado no longo prazo. Essa é a mensagem do 6° Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, que começou nesta quarta-feira, 13 de maio, e se encerra amanhã, no Sheraton WTC Golden, em São Paulo. O maior evento de inovação do País conta com a participação do presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, e é realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Na cerimônia de abertura, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, disse que, apesar da situação difícil da economia e dos custos mais altos, a inovação deve ser priorizada para garantir competitividade. “Nós temos procurado, sistematicamente, levar propostas ao governo de desburocratização, sugestões de simplificação do sistema tributário para trabalharmos juntos por soluções em prol da inovação”, disse Andrade.
Ele ressaltou o trabalho da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) – movimento criado em 2008 e coordenado pela CNI, reúne mais de cem líderes empresariais das maiores empresas do país. Na MEI, são debatidas políticas de apoio à inovação com representantes do governo. O comitê de líderes da MEI trabalha pela busca conjunta de soluções e por ter a inovação como condição primordial para as empresas competirem e conquistarem novos mercados.
O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, destacou a importância do trabalho conjunto de empresas de todos os portes que compõem a cadeia produtiva. Segundo ele, o Sebrae atende a 2 milhões de empresas por ano. Dessas, 164 mil são indústrias que trazem demandas sofisticadas e de alto valor agregado. “É isso que nos motiva a estar aqui, esse esforço conjunto entre pequenas, médias e grandes empresas. Nenhuma empresa é uma ilha e toda a cadeia produtiva precisa ser competitiva”, afirmou Barretto.
Defesa da inovação – Os empresários da MEI apresentaram um manifesto para fortalecer a inovação no Brasil. Apresentado pelo cofundador da Natura, Pedro Passos, o documento reforça que o desenvolvimento econômico e social do País depende da inovação. Passos trouxe dados sobre o dispêndio privado em pesquisa e desenvolvimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Em 2012, último percentual disponível, o índice foi de 0,56%. Em países que são referência em inovação, o aporte chega a três vezes mais.
“O novo cenário econômico exige a adoção de uma postura diferenciada. Passa a ser imprescindível o desenvolvimento de uma política industrial com foco no longo prazo. Para obtermos sucesso e prosperidade, hoje e no futuro, é fundamental que os setores privado e público, juntamente com a academia, trabalhem de maneira articulada”, disse Pedro Passos.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aldo Rebelo, reforçou a necessidade de parceria entre os setores público e privado por resultado melhores. “Em inovação, há apenas um denominador comum, que é o interesse nacional. Sem uma indústria competitiva não há economia competitiva. A economia industrial é o único caminho. Por isso, é preciso unir esforços. Temos que estar preparados para quando o ajuste (fiscal) passar, voltarmos a crescer”, disse Rebelo.
Ações – Ainda na cerimônia de abertura, foi anunciada a Chamada Nacional de Projetos. O convênio, assinado pela CNI e pelo Sebrae, terá aporte de R$ 20,5 milhões. A iniciativa tem o objetivo de apoiar, técnica e financeiramente, micros e pequenas empresas industriais por meio de consultorias em gestão da inovação e gestão empresarial. Os projetos devem ser apresentados pelos Núcleos Estaduais de Inovação do Sistema Indústria, sediados nas Federações, SESI, SENAI e IEL estaduais, em parceria com as Unidades Federativas do Sebrae.
Além disso, foi lançada a publicação Inovar é fazer: 22 casos de inovação de pequenas, médias e grandes empresas. O livro reúne experiências de inovação bem sucedidas e que servem de exemplo e inspiração a outras empresas que querem inovar. Os casos têm características peculiares, com trajetórias que ilustram situações de administração de riscos, gestão da inovação, parcerias, apoios externos, política de propriedade intelectual, busca por visibilidade e reconhecimento e, principalmente, resultados.
Em evento sobre o tema, manifesto destaca que País precisa de política industrial de longo prazo, com os setores privado e público trabalhando de forma articulada