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Indústria 4.0 é oportunidade para o Brasil fechar o gap de produtividade

No Encontro Brasil-Alemanha, presidente da Siemens do Brasil afirma que o investimento para ingressar na nova revolução industrial é menor do que na revolução 3.0

Joinville, 21.09.2015 – A digitalização e a indústria 4.0 são uma oportunidade para o Brasil reduzir o gap de produtividade e competitividade em relação a outras economias. A afirmação é do presidente da Siemens do Brasil, Paulo Stark, que participou de fórum sobre digitalização da economia, no Encontro Econômico Brasil-Alemanha, nesta segunda-feira (21), em Joinville. “O País tem a chance de fechar esse gap com a adoção rápida de novos padrões e de investimentos relativamente pequenos em comparação com os grandes valores aplicados na revolução 3.0”, disse.

A revolução 3.0 trouxe para dentro das indústrias a automatização. Alguns países se destacam nesta área, como é o caso da Alemanha, que tem 200 mil robôs em seu parque fabril, e a China, com 400 mil robôs. No Brasil, estima-se que tenham entre 12 a 15 mil, número considerado baixo tendo em vista o tamanho do País. Para Stark, o uso de robôs não tem a finalidade de substituir as pessoas, mas sim de incentivá-las a usar a criatividade para gerar um diferencial nos produtos, deixando a operação com os robôs.

O presidente da Siemens chamou a atenção para o protagonismo do Brasil no uso de smartphones – são 50 milhões de usuários, contra 40 milhões na Alemanha. Para ele, esse quadro mostra a disposição dos brasileiros em aprender a trabalhar num ambiente digital e de colaboração. “Pela minha experiência, o brasileiro tem menos medo da mudança do que o alemão. É uma característica importante para dar ao País uma chance na quarta revolução industrial”, concluiu.

A digitalização da economia é um desafio complexo, em escala global. Para tentar entender o que isso significa, um bom exemplo é o sistema bancário brasileiro – considerado avançado do ponto de vista tecnológico, com padronização e interligação de operações e instituições.

Na opinião do ministro de economia, ciência e tecnologia digital da Turíngia, Wolfang Tiefensee, a digitalização precisa estar na agenda da sociedade. Segundo ele, há muitas questões abertas, que vão desde a parte estrutural, como por exemplo, fazer chegar internet de qualidade e em alta velocidade às casas, fábricas e escolas nas cidades e nas áreas rurais; financiamento; segurança da informação para o usuário ter a garantia de que seus dados não serão invadidos ou usados indevidamente. Além disso, ainda não se sabe qual vai ser o país protagonista no campo da digitalização. Em relação ao impacto dela nos negócios, Tiefensee disse que pesquisa feita com empresas da Turíngia mostrou que 60% das entrevistadas sabem que a digitalização vai impactar nos negócios, mas só 5% de fato estão imersas no assunto.

Outra mudança será no campo trabalhista. Com a digitalização, a tendência é que cada vez mais os projetos sejam colocados na rede e profissionais do mundo inteiro podem dar sua contribuição. Com esse sistema, os trabalhadores não precisam estar na empresa e em horário comercial, mas sim, trabalhando de qualquer local, inclusive de dentro de um café, exemplificou o ministro “Todo mundo está um pouco perplexo. As hierarquias nas empresas estão desaparecendo, o que é um desafio para os empresários e os trabalhadores”, finalizou. 






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