Florianópolis, 29.4.2022 - As dúvidas quanto ao crescimento da economia da China diante da disposição daquele país em manter lockdown para conter a pandemia da Covid-19, as repercussões da guerra russa-ucraniana e a inflação norte-americana são três fatores externos que trazem incertezas para a economia brasileira. O entendimento é endossado pelos economistas Pablo Bittencourt, consultor da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), e Eduardo Zilberman, da Gávea Investimentos, que apresentaram análises durante a reunião de diretoria da FIESC, nesta sexta (29).
Zilberman entende que a taxa cambial deve ter pequena elevação até o final deste ano, com o dólar próximo a R$ 5,20. Para ele, o Banco Central brasileiro tem pouca inclinação para elevar juros, enquanto o FED (banco central dos Estados Unidos) deverá fazer o que for possível para controlar a inflação em seu país. “A China deve crescer muito menos do que os analistas preveem e isso tem implicações nas exportações brasileiras de minério de ferro e no câmbio no Brasil”, disse. “Temos um cenário externo de dólar forte e de China fraca e ambos têm implicações no câmbio brasileiro”, acrescentou.
Bittencourt lembrou que vários países, com destaque para os Estados Unidos e a Alemanha, estão retomando políticas industriais, especialmente com investimentos públicos de pesquisa e desenvolvimento para o setor privado. Esse cenário tende a reorganizar a distribuição industrial e a cadeia mundial de suprimentos. “O Brasil precisa de esforço redobrado, pois sua indústria vem perdendo espaço no mercado global”, disse. Segundo o economista, o trabalhador da indústria tem maior produtividade, principalmente quando tem maior intensidade tecnológica.
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