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Fundo empresarial apoia nanotecnologia antiviral de SC

Empresa de Florianópolis desenvolve nanopartículas que podem ser aplicadas em tecidos, plásticos, tintas, cerâmica e outras superfícies para combater o Covid-19

Florianópolis, 17.6.2020 - A aplicação de nanopartículas antivirais e antimicrobianas em tecidos, plásticos, tintas, cerâmicas e outras superfícies é uma inovação que surgiu em Florianópolis para o enfrentamento da Covid-19. O projeto recebeu aportes do Fundo Empresarial para Reação Articulada de Santa Catarina Contra o Coronavírus (FERA-SC), instituído pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).

“A iniciativa é um dos muitos exemplos da capacidade de inovação e transformação do empreendedor catarinense”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. “Certamente esse projeto vai contribuir para o enfrentamento da pandemia e pode inspirar outras propostas”, acrescentou. Aguiar lembrou que o Fundo recebeu imediata resposta do setor empresarial catarinense. No total, foram aprovados 11 projetos, que incluem compra de respiradores e de materiais de proteção individual, como face shields, máscaras e aventais e custeio de entrega de respiradores consertados, entre outros.

 

 

Especializada na produção de nanotecnologia (compostos em escala molecular ou atômica), a TNS já desenvolvia bactericidas e fungicidas para aplicação em tecidos e outras superfícies. Com a chegada da Covid-19, a empresa, que já se designa uma scale-up (categorização dada a startups que alcançam um crescimento contínuo), passou a pesquisar o uso de antiviral, chegando a um produto intitulado Protec-20.  Ele pode ser aplicado em tecidos, cerâmicas e polímeros (incluindo plásticos e tintas e vernizes). No tecido, por exemplo, ele pode ser incorporado à composição de fios de poliéster ou poliamida casos que podem promover a durabilidade em centenas de lavações. Pode ser aplicado superficialmente na indústria também sobre peças acabadas, com efeitos muito menos duradouros, de algumas poucas lavagens.

Segundo o diretor geral da TNS, Gabriel Nunes, ensaios confirmaram que o composto inibe a proliferação de vírus, sejam eles os encapsulados (como é o caso dos diversos coronavírus) e os não encapsulados. “O produto é atestado como virucida por diferentes laboratórios de pesquisa aplicada e segue as normas reconhecidas pela Associação Internacional de Virologia; é eficaz contra herpesvírus, adenovírus, os coronavírus tradicionais e H1N1”, diz. Nunes explica que a Anvisa ainda não reconhece laboratórios nacionais capazes de certificar antivirais que combatam o Covid-19, pois ainda não há cepas disponíveis para tal certificação.  O insumo pode ser líquido, em pó ou em resina. Não é voltado para o consumidor final e sim para o setor industrial. Depois de desenvolvida a solução, o principal desafio da TNS passou a ser a realização de testes que garantem sua eficácia em cada tipo de aplicação. Por se tratar de um composto químico e usado em outros processos químicos, ele pode ter seu princípio ativo reduzido ou anulado por outros componentes do produto final.

O Fundo Empresarial para Reação Articulada de Santa Catarina Contra o Coronavírus (FERA-SC) destinou R$ 20 mil para a validação do Protec 20, valor que foi aplicado na realização de testes. Nunes informa que a empresa já investiu de quatro a cinco vezes esse valor em outros ensaios, sempre em ensaios em duplicatas ou triplicatas.

Nunes considera que o produto possa ser aplicado especialmente em materiais e equipamentos hospitalares, desde os tecidos (máscaras, aventais, lençóis) até tintas de paredes e de equipamentos. "Estamos estudando a aplicação na fabricação de tubos de respiradores pulmonares, visto que os vírus podem se alojar em suas paredes. O princípio ativo é inorgânico com estabilização natural, além de o produto ter sido comprovado como não-citotóxico (toxicidade em células) para células pulmonares e renais", explica.

O virucida já é comercializado no Brasil e em mais seis países – Colômbia, Suíça, Espanha, Austrália, Índia e China. Segundo Nunes, os negócios da empresa relacionados à solução antiviral cresceram 300% desde o início da pandemia e em maio representaram 60% do faturamento da TNS. A equipe de profissionais também teve que crescer.

 

Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

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