Florianópolis, 23.09.2024 - Criado para monitorar a cadeia produtiva da moda em relação às práticas de responsabilidade socioambiental e condições de trabalho dignas no segmento, o programa ABVTEX já impactou 82 mil colaboradores formais em SC em 14 anos de existência. Desenvolvido pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil Sistema (ABVTEX), o programa visa o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor do ramo e a aplicação das regras de compliance junto à cadeia de fornecimento, certificando fornecedores e subcontratados.
Em SC, são 1.517 empresas certificadas, ou 39% dos fornecedores da entidade. O estado lidera o número de empresas participantes, o que reflete o comprometimento da cadeia têxtil catarinense com a preocupação com o meio ambiente e com o ambiente de trabalho.
Para o diretor executivo da ABVTEX, Edmundo Lima, Santa Catarina é um estado modelo, com capacidade produtiva diferenciada. “O Estado usa muita subcontratação, o que eleva o nível de complexidade de monitoramento da cadeia, e aprendeu a lidar com isso muito bem, podendo ser exemplo para o restante do país”, destacou em reunião da Câmara Têxtil, do Vestuário, Couro e Calçados da Federação das Indústrias de SC (FIESC), realizada no dia 19.
Para Giuliano Donini, presidente da Câmara da FIESC, a cadeia produtiva catarinense é muito integrada, o que permite que as empresas encontrem fornecedores de insumos e serviços dentro do próprio arranjo produtivo do estado. “Os grandes varejistas brasileiros, como os associados da ABVTEX, reconhecem que SC tem um equilíbrio entre custo, velocidade e qualidade, que atende de forma muito mais satisfatória a expectativa do mercado”, afirma.
As empresas que buscam a certificação para poder fornecer para os 108 varejistas de vestuário; cama, mesa e banho; calçados e acessórios precisam passar por auditorias anuais e atender 185 requisitos em quatro grandes grupos: social, econômico, ambiental e de governança. As empresas recebem um selo de acordo com o número de requisitos atendidos.
O protocolo criado pelo programa é reconhecido também por outros segmentos, que buscam nos fornecedores certificados novos parceiros. É o caso de hospitais e empresas internacionais como Marvel e Disney, que reconhecem o selo como suficiente para atender seus critérios de contratação no Brasil.
As varejistas associadas à ABVTEX respondem por 25% das vendas do varejo de moda no País, e incluem empresas como Renner, C&A, Grupo Dafiti, La Moda, Malwee, Grupo Soma e InBrands, entre outras. “Isso mostra que existe muito espaço para avançar no monitoramento e desenvolvimento do setor, já que 75% das vendas ocorrem com alto grau de informalidade, ou por empresas sem monitoramento. Elevar esse percentual demanda esforço coletivo, uma união do varejo e da indústria pressionando o poder público para promover a sustentabilidade e o desenvolvimento do setor”, avalia Lima.
O próximo desafio do programa, de acordo com o executivo da ABVTEX, é incorporar mais requisitos relacionados ao tema descarbonização. O setor da moda é um dos mais pressionados a assumir posturas e práticas mais sustentáveis não só por meio da regulamentação, mas também pelos consumidores.
Donini destaca que o programa teve um papel educativo e de disseminação do conhecimento em SC, motivando a indústria catarinense a adotar as melhores práticas ambientais e de trabalho digno e que a incorporação de novos requisitos de descarbonização deve seguir o mesmo caminho.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
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