Florianópolis, 8.8.2014 - A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) irá interpor recurso na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) buscando revisão do índice de reajuste médio de 22,6% na tarifa em Santa Catarina, autorizado nesta semana. O anúncio foi realizado pelo presidente da FIESC, Glauco José Côrte, após reunião com a direção da Celesc nesta sexta-feira (8) à tarde. A entidade vai preparar a fundamentação para o recurso administrativo depois de analisar a notas técnica sobre o reajuste, adiantou Côrte.
No encontro, o presidente da distribuidora, Cleverson Siewert, explicou a elevação da tarifa. Também adiantou que em decorrência de problemas de planejamento no setor elétrico, apesar do aumento, a companhia já precisará tirar recursos do caixa para a compra de energia, que só serão compensados no próximo reajuste, dentro de um ano. Siewert defendeu a continuidade dos esforços conjuntos entre a distribuidora e a FIESC em busca de alternativas para redução da tarifa, já que o insumo é crítico para a competitividade da indústria.
O presidente da Câmara de Assuntos de Energia da FIESC, Otmar Müller, destacou a redução da carga tributária, que responde por praticamente a metade do valor pago pelo consumidor como um dos pontos críticos a ser atacado. Outro é a distribuição justa, pela ANEEL, da energia hídrica, mais barata, que teve as concessões renovadas antecipadamente. Muller lembrou que em 2015 haverá revisão dessas quotas, além de renovação de outras concessões de hidrelétricas, momento em que a mobilização catarinense será fundamental. A FIESC defende que seja seguido como critério para a distribuição a participação de mercado. "Se esse tivesse sido o critério, o reajuste da CELESC teria sido de 6 a 7 pontos percentuais mais baixo", disse.
Outra frente para atuação conjunta da FIESC e da distribuidora junto à ANEEL e ao governo federal são as despesas financeiras decorrentes da necessidade de financiar a compra de energia no atual cenário de alta de preços. Isso decorre do aumento do uso da energia térmica, a custos maiores. "O que nos preocupa é que, além da forte elevação que veio num momento de dificuldade para a indústria, o cenário é de novas altas, em função da baixa oferta de energia barata", disse Müller.
Antes do atual aumento, a indústria catarinense pagava 7% acima da média nacional pela energia elétrica. Em um grupo de 27 países com os quais a indústria local compete, apenas três possuíam tarifa acima da paga pelo setor secundário de Santa Catarina. A carga tributária sobre o insumo no Estado, sem considerar os encargos setoriais, supera a média nacional em 3,9 pontos percentuais.
Elmar Meurer
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