Florianópolis, 23.02.2016 – A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) entregou ao ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, estudo que mostra a situação da BR-282 em Santa Catarina, rodovia que liga o extremo-oeste ao litoral catarinense. No encontro, realizado nesta terça-feira (23), em Brasília, com a participação de lideranças empresariais e do Fórum Parlamentar Catarinense, foi debatida a situação das rodovias federais que cortam o Estado. “Santa Catarina tem uma importância econômica muito forte no País, mas não tem recebido a devida atenção por parte do governo federal”, disse o 1º vice-presidente da Federação, Mario Cezar de Aguiar, que participou da reunião, na sede do Ministério.
Durante o encontro, o ministro reforçou que não tem recursos e que o orçamento da pasta será readequado em março. Só então Rodrigues conseguirá se posicionar de forma definitiva sobre os valores que serão alocados para obras federais em Santa Catarina. Ele também abordou o tema concessões.
Em relação às concessões, Aguiar, da FIESC, destaca que há um processo de entendimento de que é uma maneira viável de viabilizar as rodovias, desde que a tarifa seja justa. “Na atual situação, com falta de recursos, a concessão é uma saída viável, mas a tarifa precisa ser compatível, adequada. Para isso, existem mecanismos de controle”, disse, salientando que é fundamental a realização de estudos de viabilidade para indicar o que é mais adequado para Santa Catarina.
Ainda na reunião, o ministro se comprometeu a liberar cerca de R$ 40 milhões para a execução de terceira faixa na Via Expressa (Florianópolis). A liberação do dinheiro ocorrerá depois que for concluído o projeto de engenharia. Ele informou que foi antecipada em dois meses a licitação das obras da BR-470, prevista inicialmente para junho próximo.
BR-282: A FIESC lançou em janeiro último novo levantamento sobre a situação da BR-282. A análise mostra que há trechos com afundamento, desagregação e recalques na pista, causados pela falta de manutenção da rodovia. Em 2012, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) incluiu no Contrato de Reabilitação e Manutenção de Rodovias (Crema 2ª etapa) obras no trecho da rodovia entre o acesso a Chapecó até São Miguel do Oeste − além das BRs 158 (de Maravilha a Iraí-RS) e 163 (de São Miguel do Oeste a Dionísio Cerqueira). Passados dois anos e meio, o contrato foi rescindido sem a realização das restaurações, terceiras faixas, acostamentos e sinalizações previstas. O trabalho também faz um panorama da situação das BRs 163 e 158.
O Crema previa para a BR-282 a implantação de 43 quilômetros de terceiras faixas para garantir maior segurança aos usuários, mas nenhum quilômetro foi executado. A empresa contratada limitou-se a fazer operação “tapa-buracos” e roçadas na estrada. Enquanto isso, o pavimento foi se deteriorando. No início de 2015 uma nova companhia foi contratada. Porém, o novo contrato não contemplou as obras previstas no Crema, como terceiras faixas. A empresa atual tem três contratos em andamento que preveem obras como recuperação do pavimento nos mesmos trechos das BRs 282, 158 e 163.
O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembra que há pelo menos dez anos o Estado aguarda a duplicação da BR-282. Em diversas oportunidades a instituição foi ao Ministério dos Transportes cobrar celeridade nas obras da rodovia. “Santa Catarina é preterida pelo governo federal em relação aos investimentos em infraestrutura. É uma lástima que tenhamos perdido, por problemas de gestão, obras de cunho mais estrutural, como terceiras faixas, apesar dos alertas feitos pela FIESC a todas as autoridades envolvidas”, diz.
Segundo o levantamento da Federação, a empresa tem executado obras de qualidade, contudo, há somente uma frente de trabalho, em Maravilha, quando seriam necessárias pelo menos mais quatro frentes. “Uma série de obras complexas previstas no Crema não foram executadas por problemas de gestão. O novo contrato contempla menos obras e está sendo executado num ritmo que não dá perspectivas de condições mínimas de segurança de tráfego”, afirma o engenheiro Ricardo Saporiti, que percorreu as rodovias em novembro último para realizar o estudo.
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