FIESC destaca avanços e desafios na área da sustentabilidade

Florianópolis, 26.8.2016 – Santa Catarina tem vocação natural para a sustentabilidade, com importantes programas no setor industrial e destaque em relação à certificação ISO 14001, ocupando a quinta posição no ranking brasileiro da certificação, segundo o Inmetro. Por outro lado, o Estado ainda tem pela frente uma importante agenda para assegurar o desenvolvimento nos âmbitos social, ambiental e econômico. Essa foi a mensagem do presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Corte, na tarde desta sexta-feira (26), em Florianópolis, na abertura do Fórum de Gestão Sustentável, promovido pela Editora Expressão. 

Côrte lembrou que, de acordo com o Balanço Energético realizado em 2015, a biomassa representa 64,5% da energia consumida no setor industrial, sendo a principal fonte energética de consumo mais intensivo. Citou também o Plano Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, da FIESC, e iniciativas como o Movimento SC pela Educação; os programas para saúde e qualidade de vida do trabalhador; o Novos Caminhos, que atende os jovens em casas de acolhimento, o Instituto SENAI de Tecnologia Ambiental, além da bolsa de resíduos da FIESC, que possui 1,8 mil indústrias cadastradas.

Ainda assim, Santa Catarina precisa enfrentar uma série de desafios. A mitigação dos efeitos e a contenção de enchentes é um exemplo. “Devo enaltecer as ações adotadas pela Defesa Civil. Entretanto, várias obras são postergadas ao longo dos anos e são necessárias para evitar os graves prejuízos causados”, afirmou. A ferramenta Monitora FIESC acompanha 35 obras, no valor total de R$ 1,6 bilhão, e revela que 77% delas estão com o seu prazo expirado, sem que tenham sido concluídas. Os principais óbices: projetos e estudos deficientes, frequentes aditivos de prazo, falta de recursos financeiros e problemas nas licitações.

Outra questão a enfrentar é o saneamento. “De acordo com o Instituto Trata Brasil, somente 22% do esgoto de Santa Catarina é tratado, representando a triste posição de 12ª lugar no ranking dos piores índices do País”, informou Côrte. Das 27 obras monitoradas pelo Monitora FIESC na área, envolvendo R$ 965 milhões, 18% delas estão com andamento comprometido. Principais óbices: projetos e estudos, licenciamento ambiental, ritmo lento e problemas nas licitações. Ele ainda destacou a questão da eficiência energética e os problemas de transporte e logística.

“A FIESC continuará trabalhando ativamente para superar os desafios da agenda da sustentabilidade”, disse o presidente da FIESC.  “Acreditamos que a educação de qualidade pode ser um importante vetor para promover a consciência dos cidadãos e dos jovens sobre o tema. Buscar a sustentabilidade deve ser o objetivo das nossas empresas, cidades e bairros, nos projetos estruturantes de infraestrutura, assim como no dia a dia dos cidadãos, sempre considerando o bem-estar social, o uso racional dos recursos naturais e o desenvolvimento econômico”, finalizou.

Fórum Gestão Sustentável – Realizado anualmente na FIESC, o evento reúne representantes de empresas, ONGs e setor público que são destaque em sustentabilidade na região Sul do País. Durante a cerimônia foram premiados com o Troféu Onda Verde os vencedores do 23° Prêmio Expressão de Ecologia. Também foram apresentados cases, vídeos e palestras socioambientais de organizações com destacada atuação em sustentabilidade nos três Estados.
 

Elmar Meurer
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